Folha de S.Paulo

Ajudou a formar educadores e a alfabetiza­r adultos

ROBINSON JANES (1956-2021)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

SÃO PAULO A calma e o coração grande e bondoso marcaram a existência do pedagogo Robinson Janes.

Paulistano, filho de um alfaiate com uma dona de casa e o segundo mais novo entre quatro irmãos, tinha um espírito caridoso. “Ele sempre ajudou as pessoas ao seu redor, seja financeira­mente, com conselhos, apoio, incentivo em suas vidas profission­ais e acadêmicas”, diz o publicitár­io Marcelus William Janes, 54, um dos irmãos.

“No início de carreira, quando atuou como educador ligado à Secretaria de Assistênci­a Social, foi trabalhar em Campo Limpo. Na época, a região sofreu com enchentes. O Robinson organizava todo o processo para abrigar as pessoas nas escolas e de doações”, completa.

Sábio perante a vida, nas situações difíceis usava de raciocínio, lucidez e racionalid­ade.

De classe média baixa, Janes foi um dos primeiros a cursar mestrado e doutorado na família. Desde a graduação em pedagogia estudou na USP.

Janes foi um dos criadores do Mova (Movimento de Alfabetiza­ção de Adultos) de São Paulo. Ele integrou a equipe multidisci­plinar responsáve­l pelo projeto, juntamente com o grupo de educadores comandados pelo então secretário municipal de Educação, Paulo Freire, durante a gestão de Luiza Erundina, nos anos de 1989 a 1992.

Janes era professor aposentado pela Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp de Marília (a 435 km de SP).

Militante, estudioso e trabalhado­r da educação, apaixonou-se pelas questões sociais ainda criança. Em 1982, foi um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhado­res) de Poá, na Grande São Paulo, e na faculdade esteve entre os criadores do Centro Acadêmico Professor Paulo Freire, da Faculdade de Educação da USP.

“O Robinson formou cerca de três mil alunos, que hoje são pedagogos, educadores de ONGs, gestores de secretaria­s de educação e professore­s espalhados por vários estados”, afirma Marcelus.

Robinson morreu no dia 8 de julho, aos 65 anos, em decorrênci­a de uma hemorragia digestiva. Deixa a esposa, uma filha e três irmãos.

MATHILDE WERDESHEIM

Aos 92, viúva. Terça (13/7). Cemitério Israelita do Butantã, Jardim Educandári­o (SP)

7º DIA RENATA PALLOTTINI

Nesta quarta (14/7) às 18h, Capela do Hospital Santa Catarina, Paraíso (SP)

RUTH DE MORAES GAETA SERVA

Nesta quarta (14/7) às 18h, Paróquia de Santa Teresinha, Higienópol­is (SP)

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