Folha de S.Paulo

Ataque frustrado a empresa de ouro assusta cidade em SP

Moradores de Jarinu relataram pânico provocado pela ação na madrugada

- Cristina Camargo e Rogério Pagnan

são paulo Uma quadrilha fortemente armada invadiu Jarinu, a 75 km da capital paulista, na madrugada desta terça (13), para assaltar uma empresa do ramo de joalheria localizada em uma chácara, na zona rural da cidade. Ninguém ficou ferido.

O barulho de tiros e explosões assustou os moradores da cidade de 30 mil habitantes. Segundo testemunha­s, os criminosos colocaram fogo em veículos para criar uma barreira contra a polícia.

Durante a fuga, houve troca de tiros entre a quadrilha e a polícia na altura de Campo Limpo Paulista e na estrada entre Jarinu e Atibaia. Até o começo da tarde, ninguém havia sido preso e não há registro de feridos. Jarinu é a 32ª cidade paulista a ser atacada por esse tipo de quadrilha desde 2018.

De acordo com integrante­s da cúpula das polícias Civil e Militar ouvidos pela Folha ,os criminosos teriam sido informados de que haveria grande quantidade de ouro no local, mas a dica estava errada.

Os criminosos ficaram por cerca de uma hora na propriedad­e e, quando abriram o cofre da fábrica, descobrira­m que ele estava vazio. Ainda segundo policiais ouvidos pela reportagem, eles foram embora sem levar praticamen­te nada e com prejuízo da operação, que envolve centenas de milhares de reais.

De acordo com informaçõe­s oficiais, os criminosos invadiram a cidade pouco depois da meia-noite em um comboio de ao menos quatro veículos, entre SUVs e caminhonet­es.

Os confrontos começaram logo após o acesso dos criminosos à fábrica, quando eles usaram explosivos para derrubar o portão e para abrir o cofre. Parte da quadrilha passou a queimar veículos nas vias de acesso ao local.

Os criminosos usavam armas longas e de grosso calibre, entre elas uma metralhado­ra calibre .50, utilizada em guerras para perfurar veículos blindados e derrubar aeronaves.

Durante a fuga, os criminosos se depararam com equipes na PM na rodovia Fernão Dias, iniciando novo confronto. Duas viaturas foram atingidas por disparos, mas não houve feridos. A polícia encontrou artefatos explosivos na caçamba de um veículo da empresa e, por isso, o Gate da PM foi acionado até o local.

Assaltos desse tipo, realizados por quadrilhas especializ­adas, fazem parte do chamado “novo cangaço”. São praticados por criminosos fortemente

armados, em grupo de 15 a 30 homens, que chegam a cidades de pequeno e médio portes, durante a madrugada, em comboios de veículos potentes.

Em abril deste ano, uma quadrilha atacou agências bancárias, atirou em lojas e em uma UPA (Unidade de Pronto Atendiment­o) em Mococa (a 267 km da capital). Mascarados e atirando para cima e em direção ao comércio local, os criminosos usaram explosivos para roubar o cofre de uma agência da Caixa Econômica Federal.

Ações semelhante­s ocorreram em Criciúma (SC), Cametá (PA) e em cidades do interior de São Paulo, como Araraquara, Botucatu e Ourinhos.

 ?? Reprodução Record News ?? Carros incendiado­s por quadrilha em Jarinu
Reprodução Record News Carros incendiado­s por quadrilha em Jarinu
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil