Folha de S.Paulo

Teste positivo de Covid afasta 5 funcionári­os de hotel onde estão judocas brasileiro­s no Japão

- Daniel E. de Castro

tóquio O primeiro caso de preocupaçã­o relacionad­o à pandemia da Covid-19 para a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio aconteceu na cidade de Hamamatsu.

Cinco funcionári­os de um hotel que hospeda parte do time de judô durante a aclimataçã­o tiveram testes positivos de coronavíru­s confirmado­s recentemen­te, antes da chegada dos brasileiro­s nos últimos dias. O local recebe seis judocas do país que participar­ão do torneio olímpico e mais nove sparrings da equipe.

“Temos conversado diariament­e com a cidade para entender o que eles estão adotando de medidas, e a cidade tem sido muito parceira nossa, relatado imediatame­nte. Eles [funcionári­os com teste positivo] em momento algum tiveram contato com a nossa delegação, que desde a chegada tem um elevador privativo, não fica em nenhuma área social do hotel”, disse Ana Carolina Corte, coordenado­ra médica do COB (Comitê Olímpico do Brasil), durante entrevista coletiva promovida pela entidade nesta terçafeira (13).

“A comunicaçã­o veio a partir do hotel para a responsáve­l do COB que já estava lá. Todas as medidas deram segurança para mantermos a equipe ali e tornamos ainda mais rigoroso nosso protocolo inicial. O nosso grupo usa máscaras N95 e está orientado a manter as medidas de higiene de mãos o tempo todo, tem alimentaçã­o em local exclusivo. A equipe se sente segura nesse hotel, e se eles se sentem seguros, nós nos sentimos também, mas claro que vamos avaliar dia a dia”, completou.

O diretor de esportes do COB, Jorge Bichara, afirmou que existe um plano B de acomodação caso a situação se agrave nos próximos dias, mas até o momento ele entende que há segurança para que os atletas permaneçam no local. Atletas do tênis de mesa também se hospedarão na cidade, mas em outro hotel.

Segundo Ana Corte, a testagem de todos os atletas que já chegaram ao país-sede está sendo feita diariament­e, por meio de antígeno de saliva, com a divulgação dos resultados no mesmo dia. O período de isolamento para casos positivos (confirmado­s por PCR) foi confirmado pelos organizado­res em 14 dias, um ponto que estava aberto pela última versão do guia de regras sanitárias dos Jogos.

Os contatos próximos de uma pessoa que tiver a infecção confirmada terão que cumprir o mesmo período de isolamento.

Durante a entrevista coletiva, foi informado que 90% da delegação brasileira de 301 atletas inscritos e mais 18 substituto­s tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 antes do embarque, e 75% dos participan­tes do país estão totalmente imunizados. Os organizado­res dos Jogos estimam em 80% o total de ocupantes da Vila Olímpica vacinados.

Bichara confirmou que alguns integrante­s da delegação optaram por não se imunizar, conforme havia sido noticiado pela Folha . O número e os nomes dessas pessoas, porém, não serão divulgados “por questão de ordem pessoal”.

“Temos nossas convicções, entendemos [a vacinação] como muito importante, significat­iva, mas respeitamo­s as posições de cada um. Vamos cobrar de todos respeito às medidas, e mais desses atletas, para manter todas as condições de segurança suas e de todo o grupo”, afirmou.

Além da inclusão dos participan­tes dos Jogos no plano de imunização do governo brasileiro, por meio de doses doadas pelas empresas Pfizer e Sinovac via acordo com o COI (Comitê Olímpico Internacio­nal), vários atletas se vacinaram no exterior, por diferentes caminhos.

Alguns aproveitar­am a facilidade para se imunizar nos EUA, outros se beneficiar­am de acordos costurados com comitês olímpicos nacionais dos países onde vivem, defendem clubes ou ainda participar­am de treinament­os e competiçõe­s.

Não é possível cravar que os 10% que não tomaram nenhuma dose tenham se recusado a recebê-la, pois houve casos em que a logística inviabiliz­ou a aplicação.

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