BC adia segunda fase do open banking para agosto
Início estava previsto para hoje; instituições pedem mais tempo para testes
são paulo O Banco Central adiou para o dia 13 de agosto o início da segunda fase do open banking, que estava previsto para esta quinta-feira (15). Nessa fase, os clientes poderão começar a pedir às instituições participantes o compartilhamento de seus dados cadastrais e informações sobre transações em contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados.
Segundo nota do BC divulgada nesta quarta-feira (14), a alteração na data ocorre porque as instituições participantes ainda estão finalizando testes necessários para registro de suas APIs —conjuntos de protocolos que permitem a um sistema se conectar com outro para consumir dados de maneira padronizada. Será por meio desses mecanismos que funcionará o compartilhamento de dados do open banking.
Executivos do setor que estão a par do assunto e que preferiram não se identificar afirmaram que o pedido de adiamento foi um consenso entre os participantes do sistema. Apesar de apenas os grandes bancos e parte dos médios (participantes dos segmentos S1 e S2 do Banco Central) serem obrigados a participar da segunda fase do open banking, instituições menores, que voluntariamente começarão a atuar nessa fase, também precisariam de mais tempo.
É o segundo adiamento no cronograma de implementação do projeto. No ano passado, o começo da primeira fase, previsto para 30 de novembro, também sofreu alteração —no caso, para 1º de fevereiro deste ano. A razão na época foi a pressão do setor bancário.
A proposta do open banking é adaptar a oferta de produtos e serviços ao perfil de cada cliente, a custos mais acessíveis e de forma mais ágil e segura.
O compartilhamento de dados só poderá ser feito com a autorização expressa do cliente e sempre para finalidades determinadas e por um prazo específico.
Caso queira, o cliente também poderá cancelar essa autorização a qualquer momento e em qualquer uma das instituições envolvidas.
O diretor-executivo da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs), Marcelo Martins, afirmou que o atraso é positivo neste momento.
“As instituições ainda estão finalizando os testes de certificação, homologação e registros das APIs, ou seja, da tecnologia que fará o open banking funcionar. Ao meu ver, não adianta nada a nova fase começar sem que as instituições estejam prontas”, disse.
Procurada, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que os ajustes feitos pelo BC no calendário de implementação do open banking são processos naturais dentro de uma infraestrutura dessa complexidade e magnitude.
“Ao longo de todo o processo, os bancos contribuíram com recomendações técnicas e operacionais e permanecem sugerindo melhorias para trazer maior fluidez e segurança ao funcionamento do sistema”, afirmou em nota.
Ainda segundo a Febraban, a expectativa do setor com a implementação completa do sistema é positiva e o open banking tende a incentivar a inovação e a intensificar as ofertas de valor para os clientes, indo de encontro à transformação digital do setor financeiro.
“A federação e o setor bancário continuam engajados com a iniciativa, que trará mais conveniência para seus clientes, além de oportunidades e melhores ofertas de produtos e serviços para o mercado.”