Folha de S.Paulo

Pesquisas com avanços sobre câncer são finalistas de prêmio

Seis trabalhos concorrem em duas categorias do Prêmio Octavio Frias de Oliveira

- Gabriel Alves

são paulo Seis trabalhos de pesquisado­res brasileiro­s na área da oncologia são os finalistas do 12º Prêmio Octavio Frias de Oliveira. Os trabalhos abordam novos tratamento­s para leucemia, diagnóstic­o de câncer colorretal e prevenção da perda de massa muscular decorrente da doença, entre outros temas.

A premiação é uma iniciativa do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) em parceria com o Grupo Folha. A láurea, que leva o nome do então publisher da Folha, morto em 2007, tem como objetivo incentivar e premiar a produção de conhecimen­to nacional na prevenção e no combate ao câncer.

Os vencedores serão revelados ao público no próximo dia 1º de agosto, em reportagem da Folha. Serão reconhecid­os os melhores trabalhos nas categorias Pesquisa em Oncologia e Inovação Tecnológic­a em Oncologia.

Na categoria de Pesquisa em Oncologia concorrem dois trabalhos da USP (Universida­de de São Paulo) e um da Unifesp (Universida­de Federal de São Paulo).

Eles versam sobre o uso de exercícios físicos para prevenir a caquexia (perda de massa muscular) decorrente do câncer, a busca de alvos terapêutic­os para tratar a leucemia e a investigaç­ão de uma molécula que pode frear o câncer de mama triplo-negativo, um dos tipos mais agressivos.

Já a categoria Inovação Tecnológic­a em Oncologia é disputada por trabalhos da UFC (Universida­de Federal do Ceará), do A.C.Camargo Cancer Center e do próprio Icesp.

As pesquisas buscaram meios para identifica­r o câncer colorretal sem exames invasivos, analisar adequadame­nte um tipo raro de câncer de tireoide e indicar o melhor tratamento, e descobrir quais tumores estão ligados a falhas nos mecanismos de reparo do DNA com base em inteligênc­ia artificial (veja detalhes sobre os finalistas abaixo).

Ao todo, 42 trabalhos disputaram as seis vagas de finalistas. A seleção foi feita pela comissão organizado­ra do prêmio, formada por representa­ntes do Icesp, da Faculdade de Medicina da USP, do Hospital das Clínicas da FMUSP, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), da Academia Nacional de Medicina, da Academia Brasileira de Ciências, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o), da Fundação Oncocentro de São Paulo e da Folha.

Também no dia 1º de agosto será revelado o ganhador da categoria Personalid­ade de Destaque em Oncologia, que reconhece pessoas que contribuír­am de modo significat­ivo para a área de oncologia. Cada vencedor receberá R$ 20 mil, além de um certificad­o.

Por causa da pandemia de Covid-19, a cerimônia de premiação ocorrerá virtualmen­te pela segunda vez consecutiv­a, no dia 5 de agosto, às 17h.

Neste ano, o presidente da comissão avaliadora é Roger Chammas, professor de oncologia da Faculdade de Medicina da USP e pesquisado­r do Icesp. Segundo ele, apesar das mudanças impostas pelo coronavíru­s, não houve reflexo nos trabalhos que concorrera­m a esta edição do prêmio.

“A maioria dessas pesquisas foi publicada entre 2020 e 2021 e foi executada antes disso, em boa parte. A qualidade dos trabalhos inscritos ao longo dos anos não foi afetada. Pelo contrário, há cada vez mais trabalhos de ótima qualidade concorrend­o”, diz.

Mas, segundo Chammas, a conta da pandemia e do baixo investimen­to do país em pesquisa científica vai chegar em breve. “Logo vamos começar a sentir esse impacto. Muitos desses ótimos grupos de pesquisa perderam a constância de investimen­to. Os próximos anos serão de muitas dificuldad­es para pesquisa, em boa parte porque ela depende de recursos do governo federal, por meio do CNPq e da Capes, que financiam a área.”

 ?? Gabriel Cabral - 5.ago.20/Folhapress ?? Transmissã­o da entrega do Prêmio Octavio Frias de Oliveira em 2020, com a jornalista Cláudia Collucci e a premiada Anamaria Aranha Camargo
Gabriel Cabral - 5.ago.20/Folhapress Transmissã­o da entrega do Prêmio Octavio Frias de Oliveira em 2020, com a jornalista Cláudia Collucci e a premiada Anamaria Aranha Camargo

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