Pesquisas com avanços sobre câncer são finalistas de prêmio
Seis trabalhos concorrem em duas categorias do Prêmio Octavio Frias de Oliveira
são paulo Seis trabalhos de pesquisadores brasileiros na área da oncologia são os finalistas do 12º Prêmio Octavio Frias de Oliveira. Os trabalhos abordam novos tratamentos para leucemia, diagnóstico de câncer colorretal e prevenção da perda de massa muscular decorrente da doença, entre outros temas.
A premiação é uma iniciativa do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) em parceria com o Grupo Folha. A láurea, que leva o nome do então publisher da Folha, morto em 2007, tem como objetivo incentivar e premiar a produção de conhecimento nacional na prevenção e no combate ao câncer.
Os vencedores serão revelados ao público no próximo dia 1º de agosto, em reportagem da Folha. Serão reconhecidos os melhores trabalhos nas categorias Pesquisa em Oncologia e Inovação Tecnológica em Oncologia.
Na categoria de Pesquisa em Oncologia concorrem dois trabalhos da USP (Universidade de São Paulo) e um da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Eles versam sobre o uso de exercícios físicos para prevenir a caquexia (perda de massa muscular) decorrente do câncer, a busca de alvos terapêuticos para tratar a leucemia e a investigação de uma molécula que pode frear o câncer de mama triplo-negativo, um dos tipos mais agressivos.
Já a categoria Inovação Tecnológica em Oncologia é disputada por trabalhos da UFC (Universidade Federal do Ceará), do A.C.Camargo Cancer Center e do próprio Icesp.
As pesquisas buscaram meios para identificar o câncer colorretal sem exames invasivos, analisar adequadamente um tipo raro de câncer de tireoide e indicar o melhor tratamento, e descobrir quais tumores estão ligados a falhas nos mecanismos de reparo do DNA com base em inteligência artificial (veja detalhes sobre os finalistas abaixo).
Ao todo, 42 trabalhos disputaram as seis vagas de finalistas. A seleção foi feita pela comissão organizadora do prêmio, formada por representantes do Icesp, da Faculdade de Medicina da USP, do Hospital das Clínicas da FMUSP, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), da Academia Nacional de Medicina, da Academia Brasileira de Ciências, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da Fundação Oncocentro de São Paulo e da Folha.
Também no dia 1º de agosto será revelado o ganhador da categoria Personalidade de Destaque em Oncologia, que reconhece pessoas que contribuíram de modo significativo para a área de oncologia. Cada vencedor receberá R$ 20 mil, além de um certificado.
Por causa da pandemia de Covid-19, a cerimônia de premiação ocorrerá virtualmente pela segunda vez consecutiva, no dia 5 de agosto, às 17h.
Neste ano, o presidente da comissão avaliadora é Roger Chammas, professor de oncologia da Faculdade de Medicina da USP e pesquisador do Icesp. Segundo ele, apesar das mudanças impostas pelo coronavírus, não houve reflexo nos trabalhos que concorreram a esta edição do prêmio.
“A maioria dessas pesquisas foi publicada entre 2020 e 2021 e foi executada antes disso, em boa parte. A qualidade dos trabalhos inscritos ao longo dos anos não foi afetada. Pelo contrário, há cada vez mais trabalhos de ótima qualidade concorrendo”, diz.
Mas, segundo Chammas, a conta da pandemia e do baixo investimento do país em pesquisa científica vai chegar em breve. “Logo vamos começar a sentir esse impacto. Muitos desses ótimos grupos de pesquisa perderam a constância de investimento. Os próximos anos serão de muitas dificuldades para pesquisa, em boa parte porque ela depende de recursos do governo federal, por meio do CNPq e da Capes, que financiam a área.”