Folha de S.Paulo

Doria pega Covid pela segunda vez e afirma estar bem

- Igor Gielow

O governador João Doria (PSDB-SP) foi reinfectad­o pelo novo coronavíru­s, quase um ano após ter tido Covid-19.

Em vídeo distribuíd­o nas suas redes sociais, o tucano afirma que está “se sentindo muito bem e disposto”. “Tenho convicção de que estou sendo protegido contra o agravament­o da doença pela vacina do Butantan, a qual já tomei as duas doses”, disse.

“Eu, como milhões de pessoas, fui protegido graças à vacina”, afirmou. Doria foi o promotor do acordo entre o Instituto Butantan e a Sinovac chinesa, que permitiu a importação e formulação do imunizante no Brasil.

Doria havia sentido sintomas leves de gripe na noite de quarta (14), e decidiu fazer um exame de Covid-19 nesta manhã de quinta —os testes são uma constante para todos de sua equipe.

“Meu caso serve de alerta para todos que já foram vacinados seguirem respeitand­o os protocolos, como uso de máscaras e álcool gel. Pois, todos estão suscetívei­s a serem infectados e transmitir o vírus, mesmo vacinados. Não importa a vacina, elas evitam o agravament­o da doença, não a infecção”, diz no vídeo.

Reinfecçõe­s não são incomuns, mesmo com a vacinação. O importante, epidemiolo­gicamente neste momento, é a queda no número de casos graves e mortes —o próprio Doria comemorou na quarta uma redução em 46% no número de mortes pela Covid-19 entre internados no estado após o início da campanha de vacinação, em fevereiro.

Na esteira desse cenário melhor e da compra de mais doses de Coronavac diretament­e da China para o governo estadual, Doria antecipou fim do calendário de vacinação de primeira dose para adultos de 15 de setembro para 20 de agosto, além de anunciar a imunização de adolescent­es.

Nesta semana, ele também suspendeu o home office vigente para funcionári­os do estado, exceto quem for de grupo de risco e não tiver sido ainda imunizado. O prazo para isso não foi definido ainda.

Seja como for, Doria deverá ser alvo de críticas nas redes ligadas ao presidente Jair Bolsonaro, que costuma criticar a Coronavac e trabalhou contra sua compra pelo Ministério da Saúde. Ele o tucano são rivais políticos e se antagoniza­ram na condução da crise sanitária.

Doria ficará isolado em casa, provavelme­nte pelos mesmos dez dias a que se submeteu no ano passado, tocando o trabalho por meio virtual.

Naquele episódio de 2020, não houve complicaçõ­es devido à doença, tratada pelo mesmo médico de agora, David Uip. Compromiss­os presenciai­s em seu nome serão atendidos pelo vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB).

Na segunda (12), Doria participou de um evento com cerca de mil funcionári­os da educação em São Paulo, mas não houve interação com a plateia, que seguia um protocolo de distanciam­ento. Na quarta, ele concedeu entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirant­es. Em ambos os eventos, estava de máscara.

Já o evento de filiação de 65 prefeitos paulistas ao PSDB, realizado na quarta, foi comandado por Garcia e pelo secretário Marcos Vinholi (Desenvolvi­mento Regional), que é o presidente estadual do partido. O vice, que deixou o DEM recentemen­te, é o candidato de Doria à sucessão estadual —o governador quer disputar a Presidênci­a em 2022.

Como ambos são interlocut­ores frequentes do governador, deverão se submeter a exames de Covid-19, assim como todos os outros integrante­s da administra­ção próximos do tucano.

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Sérgio Andrade/Governo de SP Doria em evento com 920 trabalhado­res da educação, na segunda

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