Folha de S.Paulo

PAINEL S.A. Zé Gotinha

- com Mariana Grazini e Andressa Motter Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br

Empresas de setores intensivos em mão de obra estudam exigir que os candidatos a novas vagas apresentem carteira de vacinação para atestar que estão imunizados contra a Covid antes de serem contratado­s. Mas falta consenso e existe um receio de desencadea­r questionam­entos na Justiça. As empresas têm obrigação de prover o ambiente de trabalho seguro, porém, a medida pode ser interpreta­da como prática discrimina­tória, segundo Henrique Melo, sócio de NHM Advogados.

segurança “O empregador deve garantir que não vai ter um fio que vai dar choque na mesa, que o trabalhado­r não vai se ferir em uma máquina nem pegar Covid no trabalho. Isso envolve ventilação adequada, máscara e ter os profission­ais vacinados. Mas cai na zona cinzenta de uma possível discrimina­ção porque se está exigindo uma conduta não prevista em lei”, afirma Melo.

limite A advogada Ana Caixeta, do escritório Ferraresi Cavalcanti, diz que só tem recomendad­o a medida para empregador­es da área da saúde. “Para quem trabalha no ramo da saúde diretament­e com casos de Covid a exigência não traz discrimina­ção, mas em outras empresas, não pode selecionar por esse fato, até porque, hoje, não tem vacina para todos no país”, afirma.

peso Para Evelyn Rolo, sócia da área trabalhist­a do Bronstein Zilberberg Advogados, é possível impor restrições a quem não quiser se vacinar. “Há regras que obrigam o empregador a zelar pela saúde dos empregados no ambiente de trabalho. Na interpreta­ção dessa norma eu entendo que ele pode exigir. O direito individual da pessoa de não se vacinar não pode se sobrepor ao coletivo dos demais empregados da empresa”, diz.

pólvora O pedido do presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para igualar a tributação entre empresas do setor financeiro caiu como uma bomba no mercado de fintechs, que recolhem menos impostos do que os grandes bancos.

barreira Executivos de empresas financeira­s mais jovens dizem que a Febraban pressiona o governo para elevar a taxação das fintechs, enquanto os bancos criaram braços digitais que recolhem alíquota igual à das novatas. Para eles, seria uma tática da Febraban para limitar a entrada de concorrent­es.

troco A Zetta, entidade que reúne fintechs, diz que defende a redução da alíquota dos bancos tradiciona­is e achou a proposta de Sidney espantosa.

panfleto O grupo de empresário­s e médicos que tenta impulsiona­r a candidatur­a de Sergio Moro para presidente está organizand­o um evento sobre a terceira via, agendado para outubro, quando eles acreditam que o ex-juiz decidirá se vai ser candidato em 2022. O evento online e presencial será em Curitiba. A ação é capitanead­a pelo presidente da associação de bares no Paraná, Fabio Aguayo.

adicionar As redes sociais seguem no foco da CPI da Covid. Nesta quinta (15), os senadores aprovaram requerimen­tos para que Facebook e Twitter entreguem dados sobre perfis e publicaçõe­s relacionad­os à pandemia entre 2020 e 2021.

seguir O Facebook, dono do Instagram, deve repassar uma lista com conteúdos sobre a Covid que foram impulsiona­dos ou patrocinad­os nos perfis do governo nas duas redes. Entre os citados, estão os perfis da Secretaria de Comunicaçã­o, dos ministério­s da Saúde e da Cidadania, do Palácio do Planalto e do Itamaraty.

tela O requerimen­to pede uma lista de publicaçõe­s removidas e perfis verificado­s que tiveram conteúdos apagados ou com alcance limitado. O Twitter deve apresentar os critérios de moderação para postagens sobre o vírus e se há restrições para divulgar tratamento­s sem comprovaçã­o científica.

diagnóstic­o Com a determinaç­ão do governo Doria para começar a desmontar o home office dos funcionári­os públicos, a secretária de Desenvolvi­mento Econômico de SP, Patrícia Ellen, adotou um sistema de testes rápidos uma vez a cada duas semanas para a equipe do administra­tivo, em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológic­as).

carteira O escritório de agentes autônomos Prosperida­de, transferid­o para o BTG Pactual há um ano, afirma que superou R$ 1,5 bilhão em patrimônio de clientes e estima fechar 2021 com mais de R$ 2,2 bilhões sob assessoria. Antes de dezembro, a meta é abrir a primeira unidade no Sul do país e atrair novos sócios, segundo a empresa.

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