Com vista panorâmica, novo terraço homenageia Paulo Mendes da Rocha
Um terraço amplo, com vista para diferentes pontos do centro de São Paulo, é uma das principais novidades do Museu da Língua Portuguesa, prestes a voltar para a agenda cultural da cidade.
Com 262 metros quadrados, o equivalente a uma quadra e meia de vôlei, o espaço é candidato a se tornar um dos mirantes mais disputados da capital paulista —não tanto pela altura, pois fica no terceiro piso do prédio, mas pela riqueza arquitetônica e paisagística do seu entorno.
A face norte está voltada para os jardins da Luz, parque público que completa 200 anos em 2025. Ao sul, estão edifícios emblemáticos da região, como o Copan e o Itália. É possível ainda avistar a estação Júlio Prestes, onde está a Sala São Paulo, na direção oeste. E, ao leste, colada ao terraço, há a torre do famoso relógio da estação da Luz.
“Podemos dar uma aula de arquitetura daqui de cima”, diz, num tom bem-humorado, Larissa Graça, gerente de patrimônio e cultura da Fundação Roberto Marinho, que é parceira da instituição.
O terraço era usado antigamente pela administração da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Quando o museu foi inaugurado, em 2006, havia a intenção de torná-lo público, mas o espaço era de difícil acesso. Na reforma recente, foi construído um elevador dentro da torre do relógio, intervenção que resolveu o problema.
“Essa vista nunca foi aberta ao público”, conta a gerente. “É um mirante onde as pessoas vão poder relaxar depois de visitar as exposições.”
Nos próximos meses, um café deve passar a funcionar nesse local. “O museu não tem fins lucrativos, mas deve gerar recursos para a sua manutenção”, afirma Graça. “Será ainda um espaço a ser alugado para eventos, como lançamento de livros e palestras.”
De acordo com Marília Bonas, diretora do museu, o terraço poderá ser usado também para saraus e atividades voltadas ao público infantil, como contação de histórias.
O local será batizado com o nome de Paulo Mendes da Rocha, arquiteto responsável, ao lado do filho Pedro, pela readequação dos espaços internos da estação da Luz para a inauguração do museu, em 2006. É de Mendes da Rocha, morto em maio deste ano, a concepção do famoso corredor de 106 metros no segundo andar, que abriga a instalação “Rua da Língua”.
Os visitantes irão notar também outra alteração do ponto de vista estrutural. Existe agora maior integração entre os saguões no térreo do museu e a gare da estação.
Menos evidente aos olhos do público é o sistema de chuveiros automáticos para reforçar o aparato de segurança contra um novo incêndio. Instalados no teto dos pavimentos, eles possuem sensores que detectam o aumento da temperatura. Quando acionados, emitem jatos de água em todas as direções.
De acordo com o secretário estadual de Cultura, Sérgio Sá Leitão, há agora uma conexão direta desses sensores com os bombeiros e com toda a equipe do museu.