Folha de S.Paulo

Estados avaliam congelar ICMS de combustíve­is

- Thiago Resende e WL

brasília Sob pressão diante da alta no preço dos combustíve­is, uma parte dos estados defende o congelamen­to da base de cálculo do ICMS (imposto estadual) sobre esses produtos até o fim do ano. A proposta, porém, não é consenso.

A medida está sendo debatida pelo Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretário­s de Fazenda Estaduais). Entretanto, uma ala do grupo acredita que isso poderá dificultar ainda mais as negociaçõe­s no Senado, onde está tramitando o projeto que poderá resultar numa perda de R$ 32 bilhões por ano para os cofres dos governador­es e prefeitos, segundo dados mais recentes da Febrafite (Federação Brasileira de Associaçõe­s de Fiscais de Tributos Estaduais).

Atualmente, o ICMS é calculado com base em um preço de referência, conhecido como PMPF (preço médio ponderado ao consumidor final), revisto a cada 15 dias de acordo com pesquisa de preços nos postos. É sobre esse valor que são aplicadas as alíquotas para cada combustíve­l.

Os estados não querem mudar essa forma de cálculo, e dizem que o projeto do Congresso é inconstitu­cional. O argumento é que o poder de decidir como será cobrado o ICMS é dos estados.

Para tentar reduzir a pressão no Congresso, estados, como Maranhão e Minas Gerais, apresentar­am ao Comsefaz a sugestão de travar o preço de referência, que faz parte da base do imposto. Dessa maneira, essa pesquisa quinzenal não levaria em conta novos aumentos no preço de combustíve­is.

Mas uma parte expressiva do Comsefaz acredita que essa medida pode vir a atrapalhar as negociaçõe­s com o Senado.

O principal argumento dos estados é que o ICMS é só uma parte do custo dos combustíve­is, cujo preço está elevado por causa da política de reajustes da Petrobras.

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