Folha de S.Paulo

Falta governo agir mais fortemente em defesa da reforma administra­tiva, afirma Arthur Lira

- Washington Luiz

brasília O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reclamou nesta segunda-feira (18) da falta de esforço do governo para aprovação da reforma administra­tiva.

A PEC (proposta de emenda à Constituiç­ão) com as mudanças foi apreciada no fim de setembro pela comissão especial, mas não foi pautada no plenário da Câmara por não ter votos suficiente­s da maioria dos deputados.

“Falta tudo, falta mobilizaçã­o de quem defende, falta o governo agir mais fortemente com relação à [reforma] administra­tiva e falta a gente ter apoio de setores, e a imprensa é muito importante nisso, para se esclarecer”, disse em entrevista à Veja.

A PEC precisa do apoio mínimo de 308 dos 513 parlamenta­res, em votação em dois turnos, para ser aprovada. Se passar, o texto irá ao Senado. Lá são necessário­s os votos de 49 dos 81 congressis­tas, também em votação de dois turnos.

A proximidad­e das eleições e pontos controvers­os têm afastado da possibilid­ade de votação ainda neste ano.

“Eu posso dizer que o governo federal está fazendo esforço em relação a reforma administra­tiva? Não está. Foi uma decisão do Congresso em tocar, em andar, em desenvolve­r”, reclamou Lira. Galeria

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) apresentou a reforma com a intenção de racionaliz­ar o serviço público e reduzir gastos com pessoal em setembro de 2020. Um ano depois, a PEC começou a avançar na Câmara com uma série de mudanças no texto.

Embora tenham sido apresentad­os relatórios que enxugavam o plano do governo, a comissão especial aprovou uma versão que desidrata menos o pacote formulado pela equipe do ministro Paulo Guedes (Economia).

O texto prevê que os novos servidores poderão perder o cargo caso tenham avaliação de desempenho insuficien­te, em análise que será feita em plataforma digital e contará com a participaç­ão do usuário do serviço público.

Pela proposta, com duas avaliações insatisfat­órias consecutiv­as ou três intercalad­as, no período de cinco anos, haverá necessidad­e de apurar a responsabi­lidade do servidor por seu desempenho.

O servidor com avaliação insatisfat­ória poderá ter o desempenho reavaliado por uma instância revisora. Há ainda a possibilid­ade de reintegraç­ão se uma decisão judicial invalidar a perda de cargo, ainda que não exista vaga.

A PEC também prevê a perda de cargo se o posto for extinto por ter se tornado desnecessá­rio ou obsoleto. Esse servidor terá direito a indenizaçã­o de um mês de salário por cada ano de serviço.

Se for criado cargo com atribuiçõe­s idênticas ou similares às do posto cargo extinto em até cinco anos a partir da perda do cargo, o servidor poderá ser reintegrad­o, mesmo que não exista vaga.

Entre outras mudanças, a PEC estabelece ainda a contrataçã­o temporária de servidores por até dez anos.

O processo seletivo para esses contratos deverá ser impessoal e simplifica­do, e não poderá ser firmado novo contrato com o mesmo contratado em menos de dois anos a partir do fim do contrato anterior.

Se a contrataçã­o temporária buscar atender a necessidad­es decorrente­s de calamidade, de emergência associada à saúde ou à incolumida­de pública ou de paralisaçã­o de atividades essenciais, não será necessário realizar processo seletivo. Nesse caso, o contrato terá prazo máximo de dois anos.

O Ministério da Economia monitora a tramitação e defende a aprovação da estrutura principal do texto. De acordo com relatos, a pasta estuda o texto e avalia a possibilid­ade de retomar por meio de MP (medida provisória) pontos da proposta que ficarem pelo caminho.

Essa decisão apenas será tomada após a aprovação final da PEC.

 ?? @brasilfede­covid no Instagram ?? PESSOAS PROCURAM COMIDA EM CAMINHÃO DE LIXO EM FORTALEZA
As imagens, feitas no bairro Cocó, área rica da capital cearense, mostram homens e mulheres recolhendo da caçamba de um caminhão de lixo alimentos descartado­s pelo comércio na r. Bento de Albuquerqu­e. As cenas foram captadas pelo motorista de aplicativo André Queiroz, que afirmou ao G1 que o vídeo foi gravado em 28 de setembro, mas que só o divulgou agora. A Folha não conseguiu contato com o motorista. A funcionári­a de um supermerca­do da região, que preferiu não se identifica­r, confirmou a cena.
O vídeo repercutiu em redes sociais. Até a tarde desta segunda-feira (18), tinha mais de 1,5 milhão de visualizaç­ões e mais de 12 mil comentário­s.
@brasilfede­covid no Instagram PESSOAS PROCURAM COMIDA EM CAMINHÃO DE LIXO EM FORTALEZA As imagens, feitas no bairro Cocó, área rica da capital cearense, mostram homens e mulheres recolhendo da caçamba de um caminhão de lixo alimentos descartado­s pelo comércio na r. Bento de Albuquerqu­e. As cenas foram captadas pelo motorista de aplicativo André Queiroz, que afirmou ao G1 que o vídeo foi gravado em 28 de setembro, mas que só o divulgou agora. A Folha não conseguiu contato com o motorista. A funcionári­a de um supermerca­do da região, que preferiu não se identifica­r, confirmou a cena. O vídeo repercutiu em redes sociais. Até a tarde desta segunda-feira (18), tinha mais de 1,5 milhão de visualizaç­ões e mais de 12 mil comentário­s.
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