Pará busca negócios verdes para municípios que desmatam
belém A professora e agora também empreendedora Kariane Nunes fundou com quatro amigas uma startup de biocosméticos que aposta em negócios verdes na Amazônia.
“Cada mulher tem um cabelo diferente. Então, a gente personaliza a fórmula e traz um pedacinho da floresta, através de inteligência artificial. Nós temos parcerias com um coletivo de mulheres extrativistas da Floresta Nacional do Tapajós. A ideia é trabalhar junto com elas, desenvolvendo os produtos e adquirindo matérias-primas, fazendo inovação e tecnologia dentro da Amazônia”, explica.
Segundo levantamento do Instituto do Homem e do Meio Ambiente (Imazon), o Pará foi o segundo estado da Amazônia Legal que mais desmatou em janeiro de 2021 —o desmatamento total da Amazônia foi de 196 km², o Pará respondeu por 30%.
No primeiro dia do Fórum Mundial de Bioeconomia, em Belém, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), assinou um decreto que cria a Estratégia Estadual de Bioeconomia, com foco no desenvolvimento de municípios paraenses com maior desmatamento na Amazônia.
“OPará enfrenta o desafio de gerar oportunidades ao mesmo tempo que garante novas frentes de desenvolvimento sustentável. Os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Itaituba e Novo Progresso são prioritários. Vamos investir mais de R$ 100 milhões”, disse.
O estado vai ser o primeiro a receber investimento em sistemas agroflorestais de um fundo voltado ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável instituído pela Amazon.
“Com essa parceria, a Amazon lança uma oportunidade para os produtos de bioeconomia do Pará serem conhecidos por todo o mundo. Isso demonstra a dimensão de onde nós podemos chegar. Mas é fato que só existe razão para discutir esse novo modelo de negócios se houver envolvimento dos povos locais”, disse Barbalho.