O PESO DA PALAVRA
Dez ex-ministros e ex-secretários dos Direitos Humanos apresentaram uma interpelação criminal ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Jair Bolsonaro explique declarações que os associariam à pedofilia. Entre eles há integrantes dos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff.
PESO 2 Na peça, os ex-ministros apresentam vídeo da participação de Bolsonaro em um evento da Igreja Batista Central de Brasília. Em discurso, o presidente diz: “Quem lembra o que era o Ministério dos Direitos Humanos? Quem eram as pessoas que já ocuparam aquele ministério? Como uma, por exemplo, que tinha lá um site chamado ‘Humaniza Redes’, que era... que incentivava a pedofilia. Dizia que o pedófilo era um doente, [que] devia ser entregue para um hospital, e não ser levado a uma delegacia.”
PESO 3 Bolsonaro ainda atacou o Plano Nacional de Direitos Humanos então em vigor, “onde tínhamos 180 itens para destruir a família brasileira”.
PEDRAS Na interpelação, assinada pelos advogados Antonio Claudio Mariz de Oliveira, Tarso Genro e Soraia da Rosa Mendes, os ex-ministros afirmam que Bolsonaro costuma usar o microfone para “promover ofensas e ataques à honra alheia”. E dizem que, “numa só tacada”, atingiu a honra e a reputação de todos eles ao imputar “conivência e estímulo a comportamento [a pedofilia] dotado de relevante reprovação social”.
FAMÍLIA BRASIL Pedem ainda que Bolsonaro “cite fatos concretos” que sustentem suas afirmações, informe se algum dos ex-ministros foi processado ou investigado “sob acusação de prática de pedofilia” —e que razões o levaram a afirmar que o plano de direitos humanos tinha itens “para destruir a família brasileira”.
TEM GENTE A última questão solicita que “o interpelado” explique a quem se referiu ao dizer anda que “tem gente que, voltando ao poder, vai ressuscitar tudo isso aí”.
ASSINATURA Os ex-ministros que acionaram o STF são Gilberto Vargas, Ideli Salvatti, José Gregori, Maria do Rosário, Mário Mamede, Nilmário Miranda, Nilma Lino Gomes, Paulo Sérgio Pinheiro, Paulo Vannuchi e Rogerio Sottili.
PAREM AS MÁQUINAS A pandemia representou aumento de dificuldade em inovação para 45% das indústrias grandes e médias do país. É o que mostra pesquisa do Instituto FSB Pesquisa com 500 empresários do segmento a pedido da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O acesso a recursos financeiros e a instabilidade do cenário econômico internacional foram os principais motivos.
PAREM AS MÁQUINAS 2 O levantamento mostra que as indústrias de médio porte tiveram mais dificuldade em inovar do que as grandes (46% contra 40%). E, dentro de um recorte regional, as localizadas no Nordeste foram as que mais sentiram o baque nesse quesito (56%). A pesquisa foi feita entre 1° e 23 de setembro.
MEMÓRIA A cineasta Janaina Diniz e a O2 Filmes preparam um filme e uma série documental a partir de diários inéditos deixados por Leila Diniz, morta aos 27 anos. “São sete cadernos guardados com pensamentos dela que não tive coragem de ler. Me sinto falando com Leila, e não sobre Leila”, afirma Janaina, filha da atriz. As produções devem ser lançadas no próximo ano, quando serão completados 50 anos da morte de Leila.
TEMPO Janaina herdou os volumes de seu pai, o cineasta Ruy Guerra, aos 15 anos. Desde então, eles permaneceram guardados com a atriz Marieta Severo, a pedido de Janaina —que só agora, aos 49, irá se debruçar sobre os escritos.
PIPOCA O longa “Marighella”, dirigido por Wagner Moura, será exibido no assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Jacy Rocha, em Prado, na Bahia, no dia 6 de novembro.
EU VOU Participarão os atores Bruno Gagliasso, Henrique Vieira e José de Abreu, os familiares do líder comunista baiano Maria e Carlinhos Marighella e o dirigente do MST João Pedro Stedile.
TELA O documentário “Tudo ou Nada”, do diretor Zhou Hao, será exibido pela primeira vez fora da China na 6ª Mostra de Cinema Chinês de São Paulo. O evento, gratuito, ocorre de 1º a 20 de novembro.