Transportadoras de combustível de RJ e MG encerram paralisação
Caminhoneiros ainda temem represálias, dizem sindicatos de postos; Planalto marca reunião com motoristas na quinta
rio de janeiro As transportadoras de combustíveis de Minas Gerais e do Rio de Janeiro decidiram suspender a paralisação iniciada na quinta (21) contra a alta do preço do diesel e os carregamentos voltaram a ser liberados.
Sindicatos de revendedores dos dois estados dizem, porém, que ainda há postos sem produtos, principalmente em Minas Gerais.
“As bases de Betim [MG] estão liberadas para carregamento, no entanto, muitos transportadores e revendedores estão com receio de represália por parte dos manifestantes”, disse o Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais) em nota, na qual afirma ainda que teve registro de caminhões depredados na quinta.
A paralisação foi iniciada na madrugada de quinta, com o bloqueio de bases próximas às refinarias Gabriel Passos, em Betim, e de Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio. As transportadoras pedem medidas do governo federal e dos estaduais para reduzir o preço do diesel.
No Rio, o Sindicomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes) diz que os carregamentos voltaram a ser feitos, mas ainda havia notícias de falta pontual de produtos em alguns postos.
Em vídeo, o presidente do Sinditanque-MG, Irani Gomes, diz que as empresas tiveram “sensibilidade” à demanda das distribuidoras e decidiram suspender os bloqueios, mas ainda aguardam posicionamento do governo de Minas sobre as alíquotas do ICMS sobre os combustíveis.
Os transportadores mineiros pedem redução na alíquota do ICMS no estado de 15% para 12% e pressiona também por encontros com o governador Romeu Zema (Novo), e com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A paralisação envolveu apenas os sindicatos de transportadoras de Minas e do Rio, Sinditanque-MG e AssocitanqueRJ, e não teve participação de caminhoneiros autônomos, que preparam uma mobilização no dia 1º de novembro.
Na quinta, em uma tentativa de acalmar os ânimos do setor, Bolsonaro disse que o governo criará um auxílio para caminhoneiros em razão da alta do diesel, beneficiando cerca de 750 mil motoristas.
O desembolso virá do espaço gerado no Orçamento do ano que vem com a revisão da metodologia de cálculo do teto de gastos. O apoio, de R$ 400 por mês, no entanto, foi criticado por lideranças da categoria.
Nesta sexta, o governo federal marcou para a próxima quinta-feira (28) uma reunião com caminhoneiros.
O encontro entre o Planalto e a categoria foi solicitado pelo deputado Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, que recentemente solicitou abertura de uma CPI para investigar os preços praticados pela Petrobras.
Na reunião, serão debatidos os critérios econômicos e tributários a serem implementados na política de preços dos combustíveis e a criação do Fundo de Estabilização dos Preços dos Derivados do Petróleo (PL750/21).