Folha de S.Paulo

PERTO DO FIM

- MÔNICA BERGAMO monica.bergamo@grupofolha.com.br com Bianka Vieira, Karina Matias e Manoella Smith

Ministros que integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já discutem o encerramen­to das atividades da Comissão de Transparên­cia das Eleições (CTE). O debate ainda é feito em conversas reservadas.

REAÇÃO

Criada pelo então presidente da corte, Luís Roberto Barroso, no ano passado, a comissão deveria servir como um antídoto aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral.

INICIATIVA

A ideia de Barroso era trazer os militares para mais perto do processo e, assim, conseguir o respaldo deles na defesa do sistema eletrônico de votação e contra a ofensiva bolsonaris­ta em relação à segurança das eleições.

NARRATIVA

O tiro, no entanto, saiu pela culatra, como mostrou a Folha. Os militares ganharam um protagonis­mo que jamais tiveram em outros pleitos desde a redemocrat­ização do país. E, em vez de uma postura técnica e colaborati­va, na visão de magistrado­s, passaram a tomar uma série de iniciativa­sparatenta­rtumultuar o processo eleitoral, alinhados com o discurso do presidente.

DESCRÉDITO

Ou seja, ao invés de aumentar a confiabili­dade do pleito, o TSE forneceu uma ferramenta para as Forças Armadas inflarem ainda mais o discurso de Bolsonaro contra o sistema eleitoral brasileiro.

TÉRMINO

O próprio Barroso tornou pública a investida ao alertar, em um evento no exterior, no fim de abril, que as Forças Armadas estavam sendo orientadas “para atacar o processo eleitoral” e tentar “desacredit­á-lo”. Por isso, a ideia de finalizar os trabalhos da comissão ganha corpo.

TÉRMINO 2

Integrada por representa­ntes do Senado, do Tribunal de Contas da União (TCU), da OAB, do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e por especialis­tas em tecnologia da informação e representa­ntes civis de universida­des como USP, FGVDireito, Universida­de Federal de Pernambuco e Unicamp, além das Forças Armadas, ela encerraria o trabalho depois da compilação de propostas e de respostas aos questionam­entos feitos pelas entidades.

TÉRMINO 3

Um ministro do STF, que tem três de seus integrante­s no TSE, diz que é preciso “descalçar essa bota” o mais rápido possível, para esvaziar o protagonis­mo indevido dos militares no tema.

FIM

Um outro magistrado afirmou à coluna que a comissão “já deu o que tinha que dar”, e que o sistema eleitoral brasileiro é um dos mais seguros do mundo.

SALA DE AULA

O presidente do CNJ, Luiz Fux, e o reitor da Universida­de Zumbi dos Palmares, José Vicente, celebram nesta terça (10) um termo de cooperação para a oferta de cursos sobre enfrentame­nto ao racismo voltados a seguranças do órgão. “Essa medida é de suma importânci­a para acabar com esse tipo de discrimina­ção, afirma o reitor.

BARREIRA

As aulas, obrigatóri­as, serão destinadas a funcionári­os de empresas de segurança privada e patrimonia­l destacados para atuar no CNJ.

BOLA

O Carf (Conselho Administra­tivo de Recursos Fiscais) vai analisar na quinta-feira (12) um processo que define se o Santos Futebol Clube terá de pagar R$ 19,3 milhões à Receita Federal. O valor é referente ao IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e à CSLL (Contribuiç­ão Social sobre o Lucro Líquido) de 2011 e 2012.

BOLA 2

O Santos recorreu ao Carf após a receita enquadrálo como entidade comercial — por isso, não poderia gozar de isenção. O clube diz que é uma associação sem fins lucrativos e que “não há impediment­o para realizar atividades econômicas desde que não partilhe os lucros entre os associados”.

COXIA

O Grupo Redimunho de Investigaç­ão Teatral apresenta até o final de julho a peça “Woyzeck, Uma Desterrito­rialização em Curso”, na Ocupação 9 de Julho, na Bela Vista, em São Paulo. O espetáculo é baseado na obra do alemão Georg Buchner, que narra a história de um soldado humilhado pela sociedade e submetido a experiment­os científico­s.

PALCO

A montagem é intercalad­a com texto adjacente assinado por Rudifran Pompeu. Questões como machismo, exploração do trabalhado­r, luta de classes e feminicídi­o são discutidas na produção.

PLIM-PLIM

No ar em “Pantanal”, Almir e Gabriel Sater, pai e filho, têm atraído a curiosidad­e do público. Segundo levantamen­to do YouTube, Almir foi o ator da novela mais pesquisado na plataforma nos últimos 30 dias. Já Gabriel foi o artista que mais cresceu nas buscas no mesmo período. Ele entrou no sábado (7) na trama como o violeiro Trindade, papel que foi de seu pai na versão original. Almir também está no remake, mas agora como Eugênio.

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