Folha de S.Paulo

Senado reduz restrições de publicidad­e estatal e ajuda Bolsonaro

- Renato Machado

BRASÍLIA O Senado aprovou nesta terça (10) projeto de lei que flexibiliz­a as restrições a publicidad­e institucio­nal de governos em anos eleitorais. A iniciativa beneficia governante­s em busca da reeleição —como Jair Bolsonaro (PL).

O relator da proposta foi o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (PLTO). Parlamenta­res de oposição protestara­m e apontaram inconstitu­cionalidad­e no texto, argumentan­do que ele desrespeit­a a anualidade —que prevê que mudanças em diretrizes e leis eleitorais precisam ser feitas com um ano de antecedênc­ia da eleição.

A proposta foi aprovada por 38 votos a favor e 29 contrários. Como já havia tramitado pela Câmara dos Deputados, segue direto para a sanção do presidente da República.

O projeto aprovado atua basicament­e em duas frentes, flexibiliz­ando as restrições para gastos com publicidad­e institucio­nal em ano eleitoral. Esse tipo de publicidad­e é composta por inserções e publicaçõe­s em veículos de mídia que divulgam atos, obras e programas dos governos.

A primeira flexibiliz­ação aumenta o limite de recursos que podem ser empenhados com publicidad­e institucio­nal no primeiro semestre de anos em que há eleições.

Hoje esse teto correspond­e à média dos gastos no primeiro semestre dos três anos anteriores. O projeto prevê que o cálculo será feito não apenas com a média do primeiro semestre, mas do ano inteiro. Historicam­ente, os empenhos de recursos no orçamento são maiores no segundo semestre.

A segunda flexibiliz­a a proibição de veiculação de publicidad­e institucio­nal no segundo semestre, quando ocorrem as eleições, permitindo publicidad­e que esteja relacionad­a com o enfrentame­nto da pandemia do novo coronavíru­s.

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