Folha de S.Paulo

Ao bom jornalismo somou talento e o interesse pela vida

FERNANDO DE OLIVEIRA PEREIRA PAIVA (1956-2022)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

sÃo paUlo O jornalismo perderia um pouco da sua graça se Fernando Paiva tivesse seguido a carreira do direito, faculdade que concluiu em 1980 na USP. Dois anos antes, havia ingressado na Folha, onde trilhou a primeira parte do seu caminho na profissão. Fernando entrou na ECA (Escola de Comunicaçõ­es e Artes), da

USP, mas não concluiu.

Na Folha, ocupou diversas funções, com passagens por editorias como política e turismo. Em 1986, trabalhou para a Editora Três. Dois anos depois, foi para a Abril, onde esteve em dois momentos, separados por um período na revista Carta Capital.

Na Abril, além da Veja SP e da Playboy, integrou a equipe que fundou a revista Elle. Lá conheceu o amigo Humberto Werneck, 77, jornalista e escritor. A amizade durou 30 anos.

“Fernando Paiva se interessav­a por tudo. Podia falar com conhecimen­to de causa sobre jipes, charutos, armas e outras prendas do universo masculino, e também sobre delicadeza­s do espírito. Com a mesma paixão, hoje estava num rodeio e amanhã em visita a um cenário do ‘Grande Sertão: Veredas’. Tinha uma inteligênc­ia velocíssim­a e um senso de humor como poucos”, diz Humberto.

Ainda na Abril, foi redatorche­fe de Capricho e Quatro Rodas e gerente de conteúdo dos sites da Casa Claudia,

Arquitetur­a & Construção e Bons Fluídos. Na Trip Editora dirigiu algumas revistas e foi publisher da Custom Editora.

Fernando era um emaranhado de qualidades humanas e profission­ais. Entregouse nas conversas, cavou oportunida­des e aproveitou cada uma com seu jornalismo. Nas entrevista­s, puxava os assuntos do jeito mais apropriado. Rodeado ou não pelo noticiário, era tido pelos amigos como um gentleman, generoso, bem-humorado e autêntico.

Sabia como ninguém apreciar as coisas boas da vida. Gostava de roupas, relógios, carros e era um amante de motociclet­as, segundo o jornalista e professor titular da ECA, Eugênio Bucci, amigo há 40 anos.

Ele o define como um talento impression­ante e inventivo. “Essa criativida­de ligada a imensa cultura é uma marca do profission­al que ele foi. Fernando gostava de artes, de música. Era um sujeito que lia muito, escrevia muito bem e influencio­u muita gente que trabalhou com ele”, afirma.

Fernando Paiva morreu no dia 4 de maio, aos 65 anos.

EM MEMÓRIA

GERALDO ATALIBA Quarta (11/5) ao meio-dia, Paróquia São Francisco de Assis, Vila Clementino, São Paulo (SP)

ZILÁ DE OLIVEIRA Quinta (12/5) às 17h30, Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, Centro, Curitiba (PR)

Procure o Serviço Funerário Municipal de São Paulo: tel. (11) 3396-3800 e central 156; prefeitura.sp.gov.br/servicofun­erario.

Anúncio pago na Folha: tel. (11) 3224-4000. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb. e dom.: 12h às 17h.

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