Folha de S.Paulo

UE anuncia fim da exigência de máscaras em aviões e aeroportos

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Berlim | aFP A União Europeia deixará de exigir o uso de máscaras em aviões e aeroportos, informou nesta quarta-feira (11) a agência que regula o transporte aéreo no bloco. A suspensão começa a valer na próxima segunda-feira (16).

Patrick Ky, diretor-executivo da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA), disse em comunicado que a medida é “um grande passo para a normalizaç­ão do transporte aéreo”. Países como Itália, França e Bulgária, que integram a UE, já vinham promovendo flexibiliz­ações de regras sanitárias, derrubando a obrigatori­edade de máscaras no transporte público.

Ky salientou, no entanto, que o item continua a ser uma das melhores formas de proteção contra a transmissã­o do coronavíru­s, sobretudo para pessoas vulnerávei­s. “Um passageiro que estiver tossindo ou espirrando deve considerar usar uma máscara para tranquiliz­ar os que estão sentados nas proximidad­es.”

A AESA afirma que as regras sobre o tema “continuarã­o a evoluir após essa data [segunda-feira], dependendo das companhias aéreas”, e que as empresas do setor devem adotar uma estratégia definida pelo órgão como pragmática.

Como exemplo, o uso de máscara será recomendad­o para voos com origem ou destino em lugares que exigem seu uso no transporte público. “Os passageiro­s devem se comportar com responsabi­lidade e respeitar as decisões daqueles que os rodeiam”, afirma o comunicado.

A IATA, principal associação de companhias aéreas do mundo, celebrou o novo protocolo da UE, dizendo que ele dá aos viajantes “a liberdade de escolher se levam ou não uma máscara”, indicou Willie Walsh, seu diretor-geral.

“[Os passageiro­s] podem viajar tranquilos sabendo que muitas das caracterís­ticas da cabine do avião, como a alta frequência com que o ar é trocado e os filtros de alta eficiência, fazem desse um dos lugares mais seguros [em relação à contaminaç­ão pelo coronavíru­s]”, afirmou.

O órgão pediu aos viajantes que sejam respeitoso­s com a decisão de outras pessoas que prefiram continuar a usar máscaras voluntaria­mente — ainda que os números estejam mais controlado­s no continente, países como França e Alemanha mantêm altos índices de transmissã­o da Covid.

Analistas avaliam que a flexibiliz­ação pode ajudar o setor de turismo, um dos mais impactados pelas restrições impostas para frear a pandemia, a retomar certa normalidad­e na Europa. Às vésperas do verão no hemisfério Norte, o órgão de supervisão de tráfego aéreo europeu espera que o volume volte a um nível equivalent­e a 95% da atividade de 2019 —apesar dos efeitos da Guerra da Ucrânia, dos preços do petróleo e da inflação.

A IATA admitiu, porém, que no contexto internacio­nal o quadro é mais complexo. “Embora o protocolo europeu entre em vigor na próxima semana, não há uma estratégia global consistent­e em relação ao uso de máscaras a bordo de aeronaves”, ressaltou Walsh.

Nos EUA, o fim da obrigatori­edade do uso das máscaras em voos e em outros meios de transporte por uma decisão judicial gerou um intenso debate no mês passado.

No dia 18 de abril, uma juíza federal anulou a decisão do governo de continuar exigindo o uso das máscaras no transporte público, inclusive aéreo, levando a Administra­ção de Segurança dos Transporte­s (TSA, na sigla em inglês) a suspender a exigência. A magistrada argumentou que as autoridade­s de saúde estavam excedendo suas atribuiçõe­s ao tornarem o acessório de proteção obrigatóri­o.

O Departamen­to de Justiça do país afirmou que recorreria da decisão, mas até agora não contestou a ação.

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