Folha de S.Paulo

Guarda Civil manterá 80 agentes para evitar volta de dependente­s

- Matheus Moreira

SÃO PAULO A GCM (Guarda Civil Metropolit­ana) vai manter 80 agentes fixos na praça Princesa Isabel, que se tornou recentemen­te novo endereço da cracolândi­a na região central de São Paulo.

O objetivo é evitar que a aglomeraçã­o de dependente­s químicos volte após a operação desta quarta-feira (11), segundo o comandante-geral da corporação, Agapito Marques.

Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, 108 guardas-civis atuaram na megaoperaç­ão para cumprir 36 mandados de prisão e um mandado coletivo de busca e apreensão.

A partir desta quinta-feira (12), o policiamen­to preventivo será feito com 80 agentes, sendo 40 guardas no período diurno e 40 noturnos. Na manhã desta quarta-feira, a corporação havia informado à reportagem que seriam pelo menos 100 agentes.

Medida semelhante de patrulhame­nto foi aplicada no antigo endereço da cracolândi­a. No dia 20 de abril, a prefeitura informou que mantinha 11 viaturas e 40 agentes circulando nas ruas no entorno da praça Júlio Prestes, no centro.

Agora, segundo Marques, a GCM deve expandir o perímetro de ação dos agentes para incluir a praça Princesa Isabel nas rondas.

Policiais civis que estavam no local na manhã desta quarta disseram à Folha que, se a cracolândi­a ressurgir em outro endereço, ação similar deve ser adotada.

Cinco pessoas foram presas na operação, sendo que duas delas já eram procuradas, segundo a Polícia Civil. As outras três foram pegas em flagrante por tráfico de drogas. Houve apreensão de crack, tijolos de maconha, 19 balanças de precisão, facas e ao menos duas armas falsas.

Por volta das 11h30 desta quarta, a situação na praça estava “pacificada”, segundo agentes da Polícia Civil que estavam no local para acompanhar o rescaldo da operação. As equipes de zeladoria da prefeitura trabalham na praça sob a proteção de centenas de guardas e policiais civis.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, um grupo de dependente­s químicos aceitou acompanhar funcionári­os da Secretaria Municipal de Assistênci­a e Desenvolvi­mento Social para acolhiment­o. Em nota, a pasta afirma que realizou, até o fim da manhã, 146 atendiment­os de assistênci­a social.

Segundo a secretaria, servidores do Centro de Atenção Psicossoci­al (Caps) acompanhar­am a operação desde as 4h e realizaram o acolhiment­o de 17 usuários.

À reportagem policiais militares que davam suporte à ação no entorno da praça disseram ter a sensação de que a operação não impedirá que o fluxo de usuários e traficante­s retorne ao local.

Mais cedo, integrante­s da prefeitura confirmara­m que a intenção era remover todos os usuários da praça para que ela possa ser transforma­da num parque.

Na segunda (9), o vereador Fábio Riva (PSDB) protocolou na Câmara Municipal um projeto de lei com essa finalidade. Se a medida for aprovada, o local poderá ser cercado por grades, como os outros parques da cidade.

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