Entidades reagem após tentativa de agressão a jornalistas da Globo
Em mais um caso de violência contra jornalistas ocorrido no Brasil, a repórter da Globonews Paula Araújo e a repórter cinematográfica Patrícia Santos foram alvo de uma tentativa de atropelamento, na manhã desta terça-feira (12).
A agressão ocorreu enquanto elas participavam de uma transmissão ao vivo para o programa ‘’Em Pauta’’.
As duas profissionais estavam na avenida Cupecê, na zona sul da capital paulista, quando um homem que passava pelo local parou o carro ao lado das jornalistas e começou a xingá-las e ameaçálas. Ele também gritou ofensas contra a emissora de TV.
Logo depois, o agressor jogou o veículo contra as profissionais. As duas jornalistas, que estavam na calçada, conseguiram escapar do carro. Testemunhas que atuam no comércio da região chamaram a Polícia Militar.
Em nota enviada pela Comunicação da Globo, a emissora afirma que “repudia com veemência a violência, se solidariza com a repórter Paula Araújo e com a repórter cinematográfica Patrícia Santos e adverte, mais uma vez, que todos os que agridem o trabalho da imprensa estimulam esse tipo de ato”.
Entidades ligadas ao jornalismo protestaram. De acordo com a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) este é o terceiro episódio de violência contra jornalistas da
Globo, em São Paulo, apenas nos últimos sete meses.
Em nota divulgada em seu site, a Fenaj afirma que “sabemos que os ataques são incentivados diariamente por Bolsonaro e seus seguidores, que já provaram não ter qualquer compaixão ou respeito à vida”.
Ainda segundo o texto, as agressões cada vez mais graves, são estimuladas em ações que de forma proposital confundem críticas às empresas midiáticas com agressões físicas e verbais a trabalhadores.
“O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas conclamam todos aqueles que defendem a vida, que não desprezam o outro, que se mobilizem para frear essa escalada. E que as empresas tratem essa questão como prioridade número 1, antes que o pior aconteça”.
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) disse que repudia a agressão e se solidariza com as repórteres que, “mesmo sob ameaça, mantiveram firmeza para continuar com a reportagem ao vivo”.
Segundo a entidade, é inadmissível que esse tipo de ataque ocorra, cada vez com mais frequência, em um país democrático.
Em nota, a Abraji diz que é “uma situação preocupante, alimentada em grande parte por falas agressivas de autoridades públicas”.