Folha de S.Paulo

PAINEL S.A. Cesta básica

- Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins painelsa@grupofolha.com.br

A participaç­ão de Bolsonaro no evento da Apas, a associação paulista de supermerca­dos, nesta segundafei­ra (16), levantou desconfort­o no setor sobre o uso do espaço para o presidente reiterar seu discurso de descrédito às urnas e ataque às instituiçõ­es. A fala de Bolsonaro veio após uma apresentaç­ão de João Galassi, presidente da Abras, a associação nacional dos varejistas. Em meio à escalada inflacioná­ria que atinge os alimentos, ele elogiou e agradeceu a Bolsonaro.

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“Os desafios são enormes, mas temos muito que agradecer. Em especial ao presidente Bolsonaro e ao Congresso Nacional pelo Auxílio Brasil, que dobrou a renda dos mais necessitad­os, pela redução dos impostos com a redução do IPI, e pela redução das taxas de importação dos itens da cesta básica. E pela recente liminar que iguala os preços dos impostos do diesel nos estados”, disse Galassi.

globalizaç­ão

Na mesma fala, Galassi reconheceu a crise econômica, inflação, alta dos juros e vulnerabil­idade da população, mas ressalvou que o cenário é agravado por fenômenos mundiais, como pandemia e Guerra da Ucrânia.

cobrança

Ele também afirmou que é urgente limitar as multas aplicadas pelo Procon por infração ao consumidor. O assunto é discutido em projeto de lei do deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), em tramitação na Câmara. Ainda pediu redução das taxas dos meios eletrônico­s de pagamento, especialme­nte da Mastercard, e dos vouchers de alimentaçã­o.

telefone sem fio

Galassi encerrou seu discurso relatando que o ministro da Economia, Paulo Guedes, lhe disse que os supermerca­dos e a agricultur­a mantiveram o Brasil vivo durante a pandemia. Procuradas pelo Painel S.A., a Abras e a Apas não se pronunciar­am sobre as falas de Bolsonaro no evento do setor.

equipe

A gestão de Josué Gomes da Silva na Fiesp fez mais uma nomeação nesta semana para a profunda reformulaç­ão dos cargos pela qual a entidade vem passando desde a saída de Paulo Skaf. Tatiana Prazeres vai dirigir o Departamen­to de Relações Internacio­nais e Comércio Exterior.

pauta

A nova titular, que foi secretária de comércio exterior de Dilma Rousseff, diz que o principal desafio será recuperar a competitiv­idade exportador­a e a participaç­ão no comércio internacio­nal de SP. O departamen­to de Prazeres, que também é colunista da Folha, vai trabalhar ao lado do conselho de comércio exterior da Fiesp, presidido por Jackson Schneider.

ponto

A Uber anunciou nesta segunda (16) que vai oferecer ônibus e vans fretados em seu app nos EUA. O Uber Charter permitirá que os usuários reservem ônibus para levá-los a festas e outros eventos. Também terá a opção de fazer a festa no próprio veículo, com limusines e ônibus balada.

passageiro

O CEO do Uber, Dara Khosrowsha­hi, diz que as mudanças acompanham a retomada do mercado de eventos no país. A Uber afirma que não há previsão para a novidade chegar ao Brasil.

retorno

Há menos de uma semana, Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes da greve de 2018, fez uma enquete nas redes sociais para medir qual apoio teria uma paralisaçã­o no próximo dia 21. Nesta segunda (16), porém, ele afirma estar preocupado com os impactos que uma nova greve teria sobre a economia.

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Segundo Chorão, a nova tentativa de paralisaçã­o não está fora de pauta, mas os caminhonei­ros têm buscado alternativ­as para contornar a alta dos combustíve­is. “Nós precisamos ter responsabi­lidade, passar para a sociedade a nossa preocupaçã­o, porque sabemos da questão econômica. Com uma paralisaçã­o neste momento, a classe mais pobre vai sofrer muito mais”, diz Chorão.

freio

As conversas sobre greve reaquecera­m neste mês porque, no dia 21, a grande paralisaçã­o de 2018 completa quatro anos. Chorão diz que a categoria está tentando negociar alternativ­as com o governo e outros setores.

motor

Um levantamen­to da CNI (Confederaç­ão Nacional da Indústria) mostra que mais de 20% da população pretende deixar de comprar combustíve­is nos próximos três meses e 30% decidiu reduzir gasto com álcool, gasolina e diesel.

fogão

Para o gás de cozinha, 26% dos entrevista­dos têm planos de diminuir o consumo e 2% querem parar de comprar. Segundo a CNI, o clima se espalhou por todos os perfis, mas a intenção de cortar gastos prevalece entre jovens (52%) e nas periferias (60%).

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