McDonald’s e Renault anunciam saída definitiva da Rússia em razão da guerra
NOVA YORK E MOSCOU | AFP O grupo americano de fast food McDonald’s, que fechou seus estabelecimentos na Rússia no início de março, anunciou nesta segunda (16) que vai abandonar o país definitivamente e venderá todas as suas operações. A decisão é uma reação à invasão na Ucrânia.
A francesa Renault também confirmou que vendeu seus ativos no país para o Estado russo, na primeira nacionalização significativa desde a ofensiva de Moscou na Ucrânia.
“Estamos comprometidos com nossa comunidade mundial e devemos permanecer inflexíveis em nossos valores”, afirmou em nota o presidente-executivo do grupo, Chris Kempczinski. “Respeitar nossos valores significa que não podemos manter o McDonald’s na Rússia.”
A empresa anunciou o fechamento temporário de todos os seus estabelecimentos e a suspensão de suas operações no país em 8 de março, seguindo os passos de outras multinacionais que tomaram distância de Moscou.
Presente no país há mais de 30 anos, o McDonald’s tem 850 restaurantes e 62 mil funcionários. A Rússia representava, até então, 9% do faturamento total da empresa e 3% de seu lucro operacional.
Em um comunicado, a Renault disse que cedeu sua participação majoritária (67,69%) na AvtoVAZ, o maior fabricante de automóveis Lada na Rússia, para o Instituto Russo de Pesquisa e Desenvolvimento de Automóveis e Motores.
Graças à AvtoVAZ, a Rússia foi, no ano passado, o segundo maior mercado do Grupo Renault, atrás da Europa, com cerca de meio milhão de veículos vendidos.
Detalhes financeiros não foram divulgados, mas o ministro russo da Indústria e Comércio, Denis Manturov, disse em abril que a Renault planejava vender seus ativos russos por “1 rublo simbólico”.
“Foram assinados acordos sobre a transferência dos ativos russos do Grupo Renault para a Federação Russa e para o governo de Moscou”, disse o ministério em comunicado.