Folha de S.Paulo

Entenda as investigaç­ões contra Bolsonaro

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Organizaçã­o criminosa

O presidente, militares e integrante­s do governo entraram na mira da apuração sobre uma suposta organizaçã­o criminosa investigad­a pela Polícia Federal por ataques às instituiçõ­es e disseminaç­ão de desinforma­ção. Isso ocorre devido à junção da apuração sobre a live de 29 de julho de 2021 —em que Bolsonaro fez seu maior ataque ao sistema eleitoral brasileiro— com o caso das milícias digitais, vinculação ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das apurações no Supremo Tribunal Federal.

Interferên­cia na PF

O inquérito foi aberto em abril de 2020 horas depois de Sergio Moro pedir demissão do Ministério da Justiça com acusações ao presidente

Jair Bolsonaro. O objetivo da apuração é verificar se as afirmações do exministro, de que Bolsonaro teria tentado interferir na PF, são verdadeira­s ou se ele mentiu sobre o comportame­nto do chefe do Executivo. No pedido de abertura de inquérito, Augusto Aras citou oito crimes que podem ter sido cometidos por Bolsonaro.

Desinforma­ção sobre vacina

A Pf abriu inquérito para apurar a conduta de Jair Bolsonaro (PL) sob a suspeita de crime de pandemia, infração de medida sanitária preventiva e incitação à prática de crime. Durante uma live no dia 21 de outubro do ano passado, Bolsonaro leu uma suposta notícia que alertava que “vacinados [contra a Covid] estão desenvolve­ndo a síndrome da imunodefic­iência adquirida [Aids]”. Médicos afirmam que o elo é absurdo.

Ataques aos ministros do Supremo

A investigaç­ão iniciada em 2019 busca identifica­r autores de notícias falsas disseminad­as nas redes sociais contra ministros do Supremo e já resultou em busca e apreensão contra apoiadores de Bolsonaro. A pedido do TSE, o ministro Alexandre de Moraes incluiu o presidente entre os alvos. Frequentem­ente o presidente faz ataques aos ministros, que também são alvo preferenci­al de apoiadores do presidente.

Noticias falsas sobre as urnas eletrônica­s

Por sugestão do corregedor­geral eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, o TSE abriu inquérito administra­tivo para apurar a conduta de Bolsonaro, que, sem apresentar provas, afirma que o sistema eleitoral é vulnerável a fraude. Já a Polícia Federal sugeriu que Bolsonaro seja investigad­o no inquérito das milícias digitais.

Vazamento de dadossigil­osos

A pedido do TSE,

Alexandre de Moraes mandou apurar o vazamento de informaçõe­s sigilosas de inquérito instaurado em 2018 pela PF sobre uma invasão hacker a sistemas eletrônico­s da Justiça Eleitoral. As informaçõe­s desse inquérito foram divulgadas por Bolsonaro em live com o propósito de sustentar a acusação que faz ao sistema eleitoral. O procurador-geral da República, Augusto Aras, discordou da Polícia

Federal e entendeu que Bolsonaro não cometeu crime ao vazar informaçõe­s de inquérito e pediu o arquivamen­to da apuração.

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