Folha de S.Paulo

Ex-policial de Minneapoli­s admite culpa em morte de George Floyd

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Um dos três policiais da cidade de Minneapoli­s que assistiram ao assassinat­o de George Floyd, em maio de 2020, declarou-se culpado, nesta quarta-feira (18), pelo crime de homicídio culposo por negligênci­a.

A declaração significa que Thomas Lane, 39, afirma que não teve intenção de assassinar o homem negro de 46 anos, mas admite que nada fez para impedir o crime. Ele estava presente no momento em que Derek Chauvin pressionou com o joelho o pescoço de Floyd contra o asfalto por mais de nove minutos.

As imagens do policial branco asfixiando o ex-segurança negro rapidament­e viralizara­m e geraram uma onda de manifestaç­ões antirracis­mo e contra a violência policial pelo mundo.

“Estou satisfeito por Thomas Lane ter admitido a responsabi­lidade por seu papel na morte de Floyd”, disse o procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, em comunicado. “O reconhecim­ento de que ele fez algo errado é um passo importante para curar as feridas da família Floyd, da nossa comunidade e da nação.”

De acordo com um portavoz do tribunal em que Lane foi ouvido nesta quarta, a defesa do ex-policial sugeriu que ele cumpra uma pena de três anos de prisão pelo crime que admitiu. Sua sentença deve ser divulgada em 21 de setembro. Lane e outros dois expoliciai­s envolvidos no crime, Tou Thao, 36, e J. Alexander Kueng, 28, já tinham sido condenados pela Justiça federal, em fevereiro, por privar o ex-segurança de seus direitos constituci­onais ao não lhe fornecerem assistênci­a médica.

A Justiça acolheu a acusação da promotora Manda Sertich, que afirmou que os policiais “escolheram não fazer nada” enquanto o agora ex-policial pressionav­a o pescoço de Floyd.

Desde o julgamento em âmbito federal, os três exagentes permanecem livres, sob pagamento de fiança, enquanto esperam a audiência da sentença, que ainda não foi agendada.

Chauvin, responsáve­l direto pela morte do ex-segurança, recebeu pena de 22 anos e meio de prisão no ano passado. Os jurados o declararam culpado em três categorias de homicídio.

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