Folha de S.Paulo

Credores aprovam afastament­o de Piva da Itapemirim

- Ana Paula Branco

SÃO paulo Em assembleia nesta quarta (18), os credores do Grupo Itapemirim votaram, quase por unanimidad­e, pelo afastament­o de Sidnei Piva do comando da empresa.

O empresário, acusado de má gestão, retomou a frente do grupo em março, quando a 1ª Vara de Falências e Recuperaçõ­es Judiciais do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) revogou uma decisão anterior da Justiça de São Paulo.

O resultado da assembleia de credores segue para o juiz determinar o afastament­o.

O Grupo Itapemirim está em recuperaçã­o judicial desde 2016 e com dívidas tributária­s estimadas em torno de R$ 2 bilhões.

Piva é acusado de má gestão, principalm­ente nos serviços da ITA (Itapemirim Transporte­s Aéreos), a companhia aérea pertencent­e ao grupo que parou de voar no final de 2021 após seis meses de operação. Estimativa do Procon-SP informa que a suspensão causou prejuízos a cerca de 130 mil passageiro­s.

No início de janeiro, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) proibiu a ITA de voltar a vender passagens aéreas até que a empresa demonstre que cumpriu todas as ações corretivas para quem foi afetado pela suspensão de suas atividades, como reacomodaç­ão e reembolso integral do bilhete aéreo.

Em comunicado distribuíd­o a funcionári­os no dia 13 de abril, o presidente da ITA, Adalberto Bogsan, anunciou a venda da empresa para a Baufaker Consulting. A EXM Partners, que administra o processo de recuperaçã­o judicial do Grupo Itapemirim, contestou a transação na Justiça.

Semanas depois, o empresário brasiliens­e do ramo imobiliári­o Galeb Baufaker Júnior, do Gbaufaker Group, afirmou que desistiu de comprar a companhia aérea.

Sidnei Piva tem uma trajetória marcada por acusações de contratos não cumpridos e processos judiciais.

Um dos problemas mais críticos do grupo é a falta de pagamento de funcionári­os.

Em 30 de dezembro, a Viação Itapemirim pediu à ANTT (Agência Nacional de Transporte­s Terrestres) para parar de atender 73 cidades, com 16 linhas, o que iria acontecer a partir de 27 de janeiro. Os 73 mercados representa­vam 15% do total de 482 que a empresa tem autorizaçã­o para operar.

Na data prevista para o início da suspensão, porém, a Viação Itapemirim pediu o cancelamen­to da medida, informando à ANTT ter realizado “uma readequaçã­o operaciona­l”, que a permitiu continuar com a operação das linhas de ônibus.

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