Ford anuncia venda da fábrica de Taubaté para construtora
SÃO JOSÉ do rio preto (sp) A Ford anunciou nesta quarta-feira (18) a venda de sua fábrica localizada em Taubaté (interior de São Paulo). Segundo a montadora, foi assinado um compromisso de compra e venda com a construtora São José Desenvolvimento Imobiliário.
O processo deve ser concluído em até 90 dias, e a venda ainda depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Os valores não foram informados.
A fábrica estava fechada desde o início de 2021, quando a montadora anunciou o encerramento da produção de veículos no Brasil. Outras duas unidades no país também tiveram suas operações encerradas. A unidade de Taubaté era responsável pela produção de motores e de transmissões.
Segundo o comunicado divulgado pela Ford, o próximo passo consiste em um processo de diligência conjunta.
Especializada em empreendimentoslogísticos, a construtora São José também comprou a fábrica de São Bernardodo Campo( Grande São Paulo ), fechada desde 2019.
Ali eram produzidos caminhões e veículo modelo Fiesta hatch compacto. A venda foi concluída em outubro de 2020. No local, está sendo construído um centro logístico com investimento estimado em R$ 1,2 bilhão.
Em janeiro de 2021, a montadora de origem norte-americana anunciou a decisão de se retirar do Brasil e o fechamento de todas as fábricas no país. Além de Taubaté, foram encerradas as operações em Camaçari (BA), onde produzia os modelos Ka e EcoSport, e Horizonte (CE). Na ocasião, a empresa anunciou a demissão de 5.000 trabalhadores no Brasil e na Argentina.
A unidade de Taubaté tinha cerca de 830 empregados diretos, todos desligados até o ano passado. Após sucessivas reuniões, os trabalhadores aceitaram uma proposta apresentada pela empresa de um plano de indenizações com pagamento entre R$ 130 mil e R$ 300 mil.
O fechamento das fábricas da Ford no Brasil teve grande impacto na economia das cidades que tinham fábricas da montadora. Em Camaçari, o encerramento teve repercussão em diversos setores, como os de comércio e serviços. Estimativa da prefeitura local é que R$ 20 milhões tenham deixado de circular mensalmente.