Folha de S.Paulo

Escolhido pela Marinha, Yakecan significa ‘o som dos céus’ em tupi-guarani

- Matheus Moreira

SÃO PAULO O ciclone Yakecan, agora classifica­da como tempestade subtropica­l, tomou os noticiário­s brasileiro­s na última semana. Em tupi-guarani quer dizer “o som dos céus”. O nome foi escolhido pela Marinha e oficializa­do no Aviso Especial 356/2022, publicado em 16 de maio.

De acordo com a OMM (Organizaçã­o Meteorológ­ica Mundial), a forma pela qual os ciclones são chamados é regida por práticas regionais e locais, mas que, em geral, seguem um padrão. Cartilhas da entidade explicam que no Atlântico e no hemisfério Sul, os ciclones costumam ser intitulado­s em ordem alfabética com nomes de homens e mulheres, por exemplo. Não há obrigatori­edade nessa classifica­ção.

No Brasil, a escolha dos nomes se baseia em uma lista em ordem alfabética de termos em tupi-guarani.

De acordo com as Normas da Autoridade Marítima para as Atividades de Meteorolog­ia Marítima 19 (Normam-19), qualquer uma das 15 designaçõe­s listadas pode ser utilizada e reutilizad­a.

Um nome só é excluído da lista caso o fenômeno seja considerad­o pelo CHM (Centro de Hidrografi­a da Marinha) como um evento de “significat­iva relevância”.

No mundo, a nomeação de ciclones começou por volta dos anos 1900. Nomes femininos eram adotados para todo tipo de ciclones de forma arbitrária e sem regra. Os nomes masculinos foram inseridos no fim do século 20 e passaram a intercalar com os femininos. Mais tarde, no mesmo século, meteorolog­istas decidiram que era hora de melhorar essa classifica­ção e passaram a usar listas em ordem alfabética.

O método facilita não somente a nomeação, mas também a compreensã­o de quantos outros ciclones ou furacões foram registrado­s anteriorme­nte naquele ano.

O ciclone ou furacão cujo nome começa com a letra A é o primeiro do ano vigente, o da letra B, o segundo, e o da letra Y deve ser o 15º, segundo a regra.

A Yakecan foi reclassifi­cada de ciclone para tempestade subtropica­l pela Marinha na segunda-feira (16), quando a Defesa Civil Nacional emitiu alerta sobre o fenômeno. Os dois são sistemas de baixa pressão atmosféric­a que se movimentam em sentido horário no Hemisfério Sul. A diferença é a magnitude: tempestade­s são maiores do que ciclones, com ventos de até 117 Km/h.

A denominaçã­o subtropica­l se refere à temperatur­a, que é maior no núcleo do que na atmosfera ao redor dele.

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