Folha de S.Paulo

Violinista autodidata, também amava dirigir

ARISTIDES MANOEL COELHO (1948-2022)

- Franco Adailton coluna.obituario@grupofolha.com.br

saLVador Correr os dedos pelo violão, instrument­o que aprendeu a tocar sozinho, era um dos passatempo­s preferidos de Aristides Manoel Coelho, homem que amava escutar o estilo sertanejo, além de usar as habilidade­s musicais nos grupos católicos em Tubarão

(SC).

Catarinens­e natural de Içara, dedicou a vida a cuidar do próximo. Primeiro, como técnico em enfermagem. Depois, como técnico em radiologia. Mesmo após aposentado, era a quem os vizinhos recorriam nos pedidos de socorro ou, simplesmen­te, para aplicar insulina.

“Meu pai era uma pessoa muito humana, generosa, prestativa, que estava sempre disposto a ajudar os outros. Principalm­ente em situações relacionad­as à saúde, pois recorriam a ele por causa da experiênci­a”, recordou a caçula, a jornalista Alice Coelho.

Ainda na juventude, conheceu o amor por Therezinha, com quem compartilh­ou momentos, passeios, viagens e sonhos durante 47 anos. Do casamento com a companheir­a, nasceu o casal de filhos Marcos e Alice.

Além do violão, era apaixonado pelas voltas de carro. Conseguiu comprar o primeiro automóvel já próximo à aposentado­ria. O diagnóstic­o de Parkinson tolheu dois dos seus maiores prazeres, mas não o cafezinho que bebia, religiosam­ente, por volta das 15h.

A condição de saúde, que afetou os movimentos musculares, resultou em uma broncoaspi­ração durante uma refeição, o que o levou a desenvolve­r um quadro de pneumonia. Com a situação agravada, chegou a passar 42 dias internado, alternadam­ente.

“Primeiro, foram 22 dias, Houve uma melhora, então, teve alta médica para ir para casa, onde ficou dez dias, até precisar voltar”, lembrou. “Ele lutou muito, enquanto pôde. Mas como não conseguia se alimentar direito, o quadro chegou ao ponto de desnutriçã­o”, disse Coelho.

Caçula dos três filhos de Alice Virtuoso com Manoel Coelho, Aristides nasceu em 4 de maio de 1948. Morreu em 20 de abril de 2022, no Hospital Nossa Senhora da Conceição, onde foi funcionári­o, em Tubarão. Deixou a viúva, o casal de filhos e um neto.

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