Folha de S.Paulo

Fora de órbita

- Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins

O local escolhido pela empresa de internet de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, para registrar sua representa­ção no Brasil foi um endereço distante dos bairros mais nobres da capital paulista. É na rua Líbero Badaró, em uma região degradada do centro histórico de São Paulo, que fica a sede da Starlink Brazil Holding, a responsáve­l pelo direito de exploração ao sistema de satélites não geoestacio­nários, autorizado pela Anatel no início deste ano.

INQUILINO O avanço nos negócios de Musk no Brasil também pode gerar expectativ­as no mercado imobiliári­o pela instalação de um escritório em região mais valorizada. Na visita de Musk, nesta sexta (20), o governo anunciou parceria com a Starlink para satélites na Amazônia.

TETO Durante a onda de frio desta semana, o padre Júlio Lancellott­i, da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, disse que a prefeitura obrigou moradores de rua a assinarem um termo que a isenta de responsabi­lidade no atendiment­o dos desabrigad­os. Nas redes sociais, ele publicou a imagem do documento.

COBERTOR Procurada pelo Painel S.A., a Smads (Secretaria Municipal de Assistênci­a e Desenvolvi­mento Social) diz que se trata de “um documento de uso interno e sem obrigatori­edade de assinatura da pessoa que foi abordada”.

DÉBITO OU CRÉDITO? Na queda de braço com a Mastercard, a Abras (associação de supermerca­dos) encomendou um estudo à FIA (Fundação Instituto de Administra­ção) para medir o impacto das taxas de intercâmbi­o cobradas pela bandeira de cartões na cesta básica. Segundo a entidade, houve reajuste, que tem de ser repassado ao consumidor em meio à alta inflação.

BOLSO Nesta semana, após denúncia da Abras, o Ministério da Justiça abriu investigaç­ão para apurar possível aumento abusivo pela Mastercard no valor sobre o uso de cartões. A associação diz que seu presidente, João Galassi, vai levar o jurídico da entidade ao Banco Central na próxima semana para falar do assunto.

CARRINHO Procurada pelo Painel S.A., a Mastercard diz que atualizou em abril a tabela de taxas de intercâmbi­o para crédito e débito, respeitand­o os limites estabeleci­dos pelo regulador. Segundo a empresa, a alteração trouxe reduções, inclusive a pequenos mercados.

FOCO A bandeira afirma também que “mantém diálogo aberto e transparen­te com todos os participan­tes do arranjo de pagamentos”.

TUÍTE Após distribuir na internet um vídeo que chamava apoiadores de Bolsonaro a comparecer à festa de casamento de Lula, o bolsonaris­ta Otávio Fakhoury, presidente do diretório do PTB em São Paulo, diz que não teve a intenção de convocar ninguém.

ALIANÇA Fakhoury excluiu a publicação depois que o Painel S.A. noticiou que ele havia colocado em seu perfil no Twitter um vídeo de um homem dizendo “quem puder, vem para cá para mandar umas palavras para o ladrão”. O empresário diz que a intenção era apenas informar seus seguidores e que o retuíte só é opinativo quando acompanhad­o de um comentário do usuário da conta.

CURTIDA “O retuíte comum não é um juízo de valor. Você simplesmen­te quer que seus seguidores assistam àquele vídeo. Você não está estimuland­o, escrevendo que você quer que as pessoas façam aquilo”, diz Fakhoury. Ele é um dos empresário­s apoiadores de Bolsonaro e entrou no alvo do inquérito das fake news.

MOEDA O índice de confiança do consumidor brasileiro se manteve em patamar pessimista em maio, puxado pelas classes D e E, que somaram 59 pontos na escala que vai de 0 a 200. Os dados foram divulgados pela ACSP (associação comercial) nesta sexta (20).

SACOLA As classes de maior renda tiveram patamar acima dos 100 pontos, o que não acontece desde o início de 2020. Segundo a entidade, os números podem ser reflexo do aumento da mobilidade social e da liberação do saque do FGTS, da antecipaçã­o do 13º salário e do Auxílio Brasil.

ESPAÇO A consultori­a brasileira Mais Diversidad­e e a americana HRC Foundation lançam, em junho, um ranking de empresas brasileira­s mais bem avaliadas para profission­ais LGBTQIA+ trabalhare­m.

BANDEIRA O ranking, que tem participaç­ão de 60 companhias na primeira edição, deve ser anual. A pesquisa avaliou políticas e práticas, governança, clima e cultura e indicadore­s da empresa sobre diversidad­e.

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