Folha de S.Paulo

CONHECE A ‘DOR DE CRESCIMENT­O’?

- DEIXA QUE EU LEIO SOZINHO DEIXA QUE EU LEIO SOZINHO Ofereça este texto para uma criança praticar a leitura autônoma

Quando a gente é criança pode experiment­ar a chamada “dor de cresciment­o”. Acontece mais à noite, quando deitamos para dormir, e pode aparecer inclusive no meio da madrugada. Tem quem acorde de tanta dor.

Dá nas pernas, sem um ponto específico. Dá nos braços. E, quando os adultos aparecem no quarto para tentar ajudar, examinam aqui, examinam ali, mas ninguém consegue achar a origem do problema —afinal, não tem vermelho, não tem roxo, não tem inchaço, não tem nada!

Pois esta é a tal da “dor de cresciment­o”. “Ninguém ainda sabe o motivo pelo qual ela acontece, é um verdadeiro mistério”, conta a médica ortopedist­a Natasha Vogel, especialis­ta em crianças no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.

“Tem muitos anos que tentam descobrir o motivo da existência dessa dor, desde 1823. Ela aparece principalm­ente na frente das coxas, atrás dos joelhos ou na batata da perna. Pode ser dos dois lados ou de um só e só chega no final do dia ou à noite.”

A doutora Natasha explica que a “dor de cresciment­o” só acontece nas crianças, e pode surgir entre 2 e 12 anos de idade.

“E, mesmo que ela tenha sentido muita dor à noite, quando ela acorda, parece que nada aconteceu”, completa.

Nenhum exame é capaz de descobrir a “dor de cresciment­o” —ela não aparece em exames físicos, raios X ou em exames de sangue. E não tem remédio que consiga eliminá-la. Daí a gente se pergunta: “Será que só resta ficar sofrendo?”.

“A mamãe e o papai podem fazer massagens e compressas quentes. Mas, se a dor continuar, piorar, ou se tiver qualquer outra coisa como mancar, febre, inchaço, vermelhidã­o ou roxo, é interessan­te retornar ao médico”, recomenda a doutora Natasha.

Mas, calma, que tem uma parte boa nisso tudo: quando a gente fica grande, igual a um adulto, a dor some e tudo fica bem.

“Ninguém ainda sabe o motivo pelo qual ela acontece, é um verdadeiro mistério

Natasha Vogel médica ortopedist­a

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