Folha de S.Paulo

Tebet diz que tucano foi aliado e que não será abandonada no MDB

- Danielle Brant, Renato Machado e Pablo Rodrigo

A senadora e pré-candidata Simone Tebet (MDB-MS) afirmou nesta segunda-feira (23) que João Doria (PSDB) “nunca foi adversário”, “sempre foi aliado”, e descartou a possibilid­ade de ser abandonada futurament­e pelo seu partido e os demais que buscam consolidar uma candidatur­a de terceira via à Presidênci­a.

Ela se manifestou por meio de nota e também em um encontro do MDB em Cuiabá, instantes depois do pronunciam­ento de Doria anunciando a desistênci­a de se candidatar ao Planalto.

A saída de Doria abre caminho para que Simone Tebet seja a candidata da chamada terceira via.

“Doria nunca foi adversário. Sempre foi aliado. Sua contribuiç­ão com a luta pela vacina jamais será esquecida. Vamos conversar e receber suas sugestões para nosso programa de governo. O Brasil é maior do que qualquer projeto individual”, afirmou a senadora por meio de nota.

“A união do centro democrátic­o não é por opção, mas por necessidad­e de oferecer ao Brasil uma alternativ­a de poder”, completou em Cuiabá, depois de dizer que “gostaria muito de ter o PSDB e o Cidadania junto conosco”.

Em relação à resistênci­a interna dentro do MDB pela sua candidatur­a, como nas regiões Nordeste e Sul, Tebet afirma que isso faz parte do jogo democrátic­o e que a sigla chegará unida na convenção partidária.

“O MDB é isso, o maior partido do Brasil. Nós estamos falando do partido que tem o maior número de prefeitos, vice e vereadores. É natural que não tenhamos a unanimidad­e, mas nós vamos ter a unidade do partido na convenção. Nós temos pelo menos 80% do diretório conosco”, afirmou.

“Quando falamos de Nordeste nós lembramos sempre de dois personagen­s apenas, e não falamos de outros. Eles não podem representa­r a maioria dos nossos colegas parlamenta­res do Nordeste”, disse em referência ao senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Ela também aproveitou para criticar a própria legenda. “O que fez com que o MDB diminuísse no Nordeste e não no Sul. Não foi isso. Vamos lembrar que nós temos que fazer uma mea culpa e fazemos, o MDB esteve envolvido em escândalos do petrolão. O que diminui um partido não é o fato de se ter candidatur­a própria, ao contrário”, afirmou.

Segundo Tebet, o seu nome é respaldado por pesquisas qualitativ­as e quantitati­vas e, principalm­ente, pela baixa rejeição.

“Essa pesquisa mostrou duas coisas: Que sou a candidata menos rejeitada e com maior percentual de cresciment­o. Aliado ao fato de a que a maioria do eleitorado que não quer Lula nem Bolsonaro é feminino”, disse a pré-candidata.

Tebet disse em Cuiabá que recebeu com “surpresa” a desistênci­a de Doria pela data. Porém, agradeceu o tucano dizendo que o gesto foi de “grandeza e generosida­de”.

“[Ele] percebeu que o momento é de união e que temos que estar os três partidos, MDB, PSDB e Cidadania, dentro dessa frente democrátic­a para que possamos a partir de então buscarmos outros parceiros para esse grande projeto de reconstruç­ão do Brasil”, disse.

Questionad­a se acredita na migração dos votos de Doria para o seu nome, a senadora disse que apenas o tempo dirá, mas que está confiante herdar tais votos e que o exgovernad­or de São Paulo será sempre lembrado.

“Doria nunca foi adversário. Sempre foi aliado. O Brasil é maior do que qualquer projeto individual Simone Tebet (MDB-MS) senadora e pré-candidata à Presidênci­a da República

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