João Roma defende Bolsonaro e ataca PT e ex-aliado ACM Neto
rECIfE Pré-candidato a governador da Bahia, João Roma (PL) saiu em defesa de ações do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda (23) em sabatina de UOL e Folha. Também teceu críticas ao governador Rui Costa (PT) e ao exprefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), seu ex-aliado.
Sobre propostas para a segurança pública, Roma disse que o crime organiza dotem avançadona Bahia eque o governo petista de Rui Costa não tem realizado um enfrentamento eficaz à criminalidade.
“[Se eu for eleito,] um protocolo de segurança será estabelecido na Bahia. Essa história de dizer que o camarada atirou no policial, mas não foi com intenção de matar, não vai acontecer na Bahia. Antes um policial vivo doque um bandido tirar avidadas pessoas na rua, fica aí serelepe com essas audiências e depois está solto ”, disse Roma, que abriu a semana de sabatinas com pré-candidatos ao governo baiano.
Saiu também em defesa do uso de armas por cidadãos comuns como forma de se proteger de criminosos. O discurso se assemelha ao de Bolsonaro.
“Aí vem o governador Rui Costa dizer que é culpa de Bolsonaro falando que agora as pessoas podem ir na loja comprar armas. Por acaso alguém já viu bandido entrar na loja para comprar uma arma entregando seus documentos?”
Sobre o seu ex-aliado ACM Neto, também pré-candidato a governador, Roma elogiou a gestão dele à frente da Prefeitura de Salvador, entre 2013 e 2020, mas disse que o ex-prefeito tem priorizado interesses pessoais em detrimento da tentativa de tirar o PT do poder na Bahia. “Permaneço no mesmo quadrante, fazendo oposição ao PT. Tem muita gente que por conveniência eleitoral tem procurado dissimular suas posições e iludir o eleitor”, disse.
Roma buscou taxar como semelhantes as práticas políticas do PT e de ACM Neto na Bahia. O pré-candidato do PL tem se colocado na pré-campanha eleitoral como uma alternativa à polarização local.
Em relação ao governo federal, Roma saiu em defesa de Bolsonaro. Relembrou a criação do Auxílio Brasil com piso de R$ 400 no período em que esteve à frente do Ministério da Cidadania.
Nesta segunda, a Folha mostrou que o Ministério da Cidadania, durante a gestão de João Roma, destinou verba de R$ 89,8 milhões que deveriam ser direcionados para mitigar o impacto da pandemia da Covid-19 em comunidades pobres para a compra de tratores. Os tratores foram comprados no âmbito de uma ação voltada a famílias de extrema pobreza da zona rural.
Na sabatina desta segunda, questionado sobre o tema, Roma disse que a aquisição foi “plenamente acertada” e que “não contrariou” determinação do TCU (Tribunal de Contas da União).
“Não contrariamos nenhuma decisão, esse dinheiro era para ser investido na área social e a aquisição desses tratores vai justamente na parte da secretaria de inclusão social produtiva, para a agricultura familiar e num programa que está interligado com o Auxílio Brasil, o Alimenta Brasil no combate à fome”, disse.
O pré-candidato a governador negou na sabatina que tenha privilegiado a Bahia. Afirmou que a escolha se deu por critérios técnicos, entre eles o tamanho do território e da população baiana.
Roma se mostrou favorável ao perdão presidencial dado ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do Supremo.
“Você pode discordar [de Daniel], jamais seria a forma como eu falaria, mas não se pode condenar um deputado que está protegido pela Constituição para se expressar. O presidente acertou no perdão, ajustando as coisas e buscando dar um equilíbrio no tabuleiro e dando segurança jurídica, não podemos ter qualquer tipo de julgado sem observar a nossa Carta Magna.”
Ele defende auditorias externas contratadas por partidos políticos nas urnas eletrônicas. Ao ser lembrado de que o sistema já é auditável, João Roma pôs em xeque a credibilidade do procedimento. “Onde já se viu auditoria interna? Isso vai ter credibilidade?”
A sabatina foi conduzida por Fabíola Cidral e pelos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e João Pedro Pitombo, da Folha.