Coloriu Homem-Aranha e Wolverine para a Marvel
DIEGO DO NASCIMENTO LIMA (1988-2022)
RIO DE JANEIRO Os primeiros fãs de Diego Lima foram sua família. A avó e a tia, que o criaram em Maracanaú (CE), polo industrial nos arredores de Fortaleza, já o aplaudiam desde quando vendia as camisetas personalizadas que pintava à mão.
A base de admiradores passou a crescer quando, oito anos atrás, ele conheceu pela internet um colega que o inseriu no mundo das histórias em quadrinhos. Virou Dijjo Lima e começou aprendendo a “fazer o flat”, ou seja, separar as cores que farão parte do desenho.
Depois aperfeiçoou os efeitos, sombras e “brushes” com outros dois grandes amigos que conheceu no caminho, até chegar ao artista e produtor Joe Prado, que há cerca de um ano finalmente o levou para a gigante dos quadrinhos, a Marvel.
Desde então vivia um sonho. Na editora americana, deu cor a Wolverine, Homem-Aranha, Capitã Marvel e tantos outros personagens que aspirava pintar um dia. Perfeccionista, nunca atrasou um trabalho e entregava até antes.
O custo da excelência eram longas horas sentado em seu escritório na casa de Pacatuba, na Grande Fortaleza.
“Sou feliz com o que faço”, respondia à esposa, Leila, quando ela brigava dizendo que ele preferia o computador à mulher. Logo no início, a designer deixou o emprego em produtoras de eventos para ajudar o marido na nova profissão e virou sua “flatter”, preparando as páginas.
Os dois eram parceiros num serviço de delivery temático de hambúrgueres que criaram durante a pandemia. Os pães eram verdes, amarelos ou pretos, seguindo as cores do herói que lhes dava nome. O plano era abrir um restaurante físico no próximo ano, num terreno que compraram.
Faltou colorir o Batman, sonho antigo que o artista perseguia recentemente ao enviar seu portfólio a outra gigante americana do ramo, a DC Comics. Também não deu tempo de abrir uma nova turma no curso para coloristas.
Além de Leila, Dijjo deixa Bolt e Pipoca, os dois cães que tratava como filhos e com quem passeava quando caiu, com dificuldade para respirar, no último dia 15. A trombose que teve em 2017 “subiu” ao pulmão e lhe causou mais de 15 paradas cardíacas, numa embolia pulmonar aos 34 anos.
JONAS BERNARDINO SILVA Aos 53, casado com Marlene de Lima Silva. Segunda (23/5). Cemitério Jardim do Pêssego, Itaquera, São Paulo (SP)
1 ANO
CINTHIA CRISTINA CARVALHO
COUTINHO MANSUR Terça (24/5) às 19h30, Paróquia Santíssima Trindade, bairro da Campina, Belém (PA)
289º MÊS
NORMA VASQUES DOMINGUEZ
Terça (24/5) às 20h, Igreja Nossa Senhora da Saúde, Vila Mariana, São Paulo (SP)