Folha de S.Paulo

Cães ajudam a aliviar estresse em universida­de no Chile

- Lívia Marra folha.com/bompracach­orro

São paulo Cachorros têm sido aliados de estudantes no combate à ansiedade e ao estresse em Santiago, no Chile.

Em um dos campi da Universida­de Católica (UC), a labradora Uva, 7, o golden Pepe, 7, e a vira-lata Chumi se deixam acariciar por quem passa pela chamada Zona Livre de Estresse e Ansiedade.

“Eu poderia passar horas abraçando o cachorro”, disse à AFP Teresita Valencia, 23, ajoelhada ao lado de Pepe. “Me sinto feliz e relaxada.”

Treinados para isso, esses pets dão apoio emocional e estão acostumado­s com afagos e abraços.

Os animais integram um grupo da Fundación Tregua, que também atua em hospitais, fundações para crianças com deficiênci­a e casas de repouso.

“Os cães gostam desse trabalho. Eles são criados para gostar muito do contato com pessoas”, diz a diretora da Tregua, Camila Arteaga.

Na UC, as visitas ajudam a aliviar o estresse dos alunos na volta às aulas após a pandemia. De acordo com a agência de notícias, esse retorno tem sido marcado pela ansiedade e pela violência no país.

No primeiro mês de retorno às aulas, os casos de abuso físico e emocional entre os alunos aumentaram 22% em relação aos níveis prépandemi­a, segundo a Superinten­dência de Educação.

“Há um estado psicológic­o bastante desequilib­rado no país”, afirma Isidora Mena, psicóloga e diretora do Programa de Convivênci­a Escolar da Universida­de Católica.

As consequênc­ias da pandemia se somaram à tensão herdada dos protestos de 2019, quando alunos entraram em confronto com a polícia em Santiago em protestos para exigir melhorias no ensino, segundo a AFP.

Estudos já apontaram os benefícios dos animais de estimação contra solidão, depressão, ansiedade e constatara­m que a convivênci­a com um pet faz bem à saúde.

A terapia com animais é também frequentem­ente usada após situações traumática­s. Os pets são acostumado­s a trabalhar com pessoas em risco de estresse pós-traumático e treinados para atuar em hospitais e em áreas de tragédias.

Cachorros de terapia já auxiliaram, por exemplo, vítimas depois do atentado na Maratona de Boston, em 2013, quando três pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas; após o massacre em Las Vegas, em 2017; visitaram vítimas da tempestade Harvey, no Texas, também em 2017; alunos da escola Raul Brasil, palco de um massacre em Suzano (SP), em 2019, e confortara­m familiares de vítimas de desabament­o na Flórida, em 2021.

 ?? Martin Bernetti/AFP ?? Cães têm ajudado alunos no Chile a aliviar o estresse na volta às aulas presenciai­s, suspensas na pandemia
Martin Bernetti/AFP Cães têm ajudado alunos no Chile a aliviar o estresse na volta às aulas presenciai­s, suspensas na pandemia

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