Arrecadação federal cresce 10,9% em abril, impulsionada pela alta dos combustíveis
A arrecadação do governo federal teve alta real de 10,9% em abril sobre igual mês do ano passado, para R$ 195,085 bilhões, divulgou a Receita Federal nesta quinta-feira (26). O resultado foi o maior para o mês da série da Receita corrigida pela inflação, com início em 1995.
A alta foi mais uma vez liderada pelo crescimento da arrecadação do setor de combustíveis, sob o impacto do forte aumento do preço do petróleo no mercado internacional gerado pela Guerra da Ucrânia.
Se considerada apenas a receita administrada pela Receita Federal, que engloba a coleta de impostos de competência da União, a arrecadação teve uma alta real de 7,36% no mês. No período, a arrecadação do setor de combustíveis saltou 142,4%, dando a maior contribuição absoluta (R$ 4,4 bilhões) para a alta.
Já as receitas administradas por outros órgãos, que são sensibilizadas sobretudo pelos royalties decorrentes da produção de petróleo, aumentaram 47,63% acima da inflação em abril.
A Receita estima que a arrecadação do Pis/cofins sobre combustíveis e do IPI (que incide sobre produtos industrializados) tenha sofrido uma redução de R$ 2,2 bilhões sobre o ano anterior decorrente dos cortes das alíquotas promovidos pelo governo para tentar conter a alta da inflação. Esse impacto foi parcialmente compensado por um aumento de R$ 1,5 bilhão em receitas atípicas de IRPJ/CSLL, cobrados das empresas.
No acumulado de janeiro a abril, o crescimento real da arrecadação foi de 11,05%, para R$ 743,217 bilhões, desempenho mais forte para o período na série.
Nos quatro primeiros meses do ano, os ganhos com royalties somaram R$ 43 bilhões, ante R$ 28,7 bilhões no mesmo período de 2021, o que representa uma alta de 49,8%. Já a tributação sobre o setor de combustíveis aumentou em R$ 18,3 bilhões (+147,7%).