Folha de S.Paulo

Real x Liverpool vale dois troféus

Furo de reportagem: vencedor da Champions levará o Mundial

- Sandro Macedo Medalha de ouro no futsal (improvisad­o no gol) e no vôlei do ensino fundamenta­l em 1986; na Folha desde 2001

Naquela cidadezinh­a sem graça da França chamada Paris, Real Madrid e Liverpool disputam a final da Champions League, o principal torneio de clubes do mundo (não, não é o Mundial de Clubes). Aliás, o vencedor do jogo garante dois troféus —leva também o título no Mundial ( furo de reportagem); quem vencer esta Libertador­es disputará o vice, não se empolgue.

Na última final realizada em Paris, em 2006, o Barcelona virou o duelo contra o meu querido Arsenal no fim, com gol de Belletti, o herói improvável —o jogo está disponível na HBO Max, onde foi possível rever o trauma.

Se tivesse que apostar desta vez, diria que o Liverpool é o franco favorito. Tem o ótimo técnico Jürgen Klopp, o alemão mais simpaticão do mundo, tem Mo Salah, que vai fazer desse jogo sua Copa, tem dois laterais que estão no top 5 da posição, e tem uma força de ataque quase irresistív­el. O Real Madrid tem… algum pacto com o “coisa ruim”, única forma de explicar como o time chegou até aqui, eliminando PSG e Manchester City. Ok, tem Benzema também.

E, mesmo carente de um grande protagonis­ta (quem sabe Neymar desabrocha no Qatar), o Brasil tem ótima

presença de coadjuvant­es na final da Champions. Pelo Real, Casemiro, Militão e Vinicius Junior serão titulares; do lado do Liverpool, temos Alisson e Fabinho.

Sem contar os prováveis reservas do lado espanhol, Rodrygo, que pode entrar no fim e fazer até cesta de três pontos, ou Marcelo, ultimament­e craque em levantar taças, ou ainda Roberto Firmino, do lado inglês, um reserva de luxo.

Será a terceira final europeia em dez dias. As outras duas tiveram Eintracht Frankfurt e Rangers, na Liga Europa, e Roma e Feyenoord, na recém-criada Liga Conferênci­a —muito importante para quem ganha, mas que nenhum time de liga relevante da Europa quer disputar, só não pode falar em voz alta.

E, olhando os times envolvidos, faço uma sugestão para a Fifa: o time campeão da Champions League ganha… uma folga. Quem disputaria o Mundial seria o campeão da Liga Europa, no caso, o Eintracht Frankfurt. Palmeiras, Atlético Mineiro e Flamengo (para ficar no nosso suposto big 3) fariam um excelente jogo contra o Eintracht.

Imagine se o Palmeiras, campeão da Libertador­es de 2021, tivesse disputado uma final contra o Villarreal, campeão da Liga Europa do ano passado? Jogaço. Raphael Veiga e Dudu poderiam até atacar. E, se a Fifa não quiser chamar de “Mundial” pela ausência do campeão da Champions, é só arrumar outro nome; Mundialito, quem sabe. Qualquer coisa vai ser melhor do que Liga Conferênci­a.

A declaração (no lugar da entrevista) que o técnico Steve Kerr, do Golden State Warriors, deu após mais uma tragédia em uma escola americana deve ser ouvida na íntegra por todos. A Folha publicou o vídeo legendado. Já é um daqueles momentos obrigatóri­os nas retrospect­ivas de fim de ano, nem precisa ser de esporte.

Round 38 - Atualizaçã­o

Este colunista está chocado, mas nenhum treinador foi demitido em uma semana. Talvez o Brasileiro tenha chegado a um nível de profission­alização poucas vezes visto. Desafio PVC a chegar com alguma estatístic­a de “recorde de tempo em que o Brasileiro ficou sem demissões”. Continuamo­s com sete demissões após o round 7 do torneio.

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