Trap de favela
Essenovot rap ques e desenvolveu no rios e opõe ao ritmo frenético do funk que dominava acidade antes da pandemia. Se o baile havia virado rave, como diziam os DJS, o trap veio com um clima mais relaxado —é música que combina com um passeio na praia ou uma volta de carro. “O funk é dançante, você ouve no baile o una balada e depois no streaming. O trap você ouve na balada, mas ouve muito mais em casa”, diz Lang.
Mas os artistas da Mainstreet não foram os primeiros e nem os únicos afazert rap no Rio. Na metade da década passada, coletivos como Uclã e Pirâmide Perdida já experimentavam com o gênero. Em 2018, o produtor WC no Beat lançou um álbum conceitual fundindo trap com funk, “18k”, com participações de gente como o MC Cabelinho, que começou no funk e hoje se converteu ao trap, além do próprio Orochi.
Mas, até o ano passado, o trap do Rio ainda não tinha tido os números no streaming nema penetração nacional que tem hoje, pulverizado na voz de artistas como MD Chefe, TZ da Coronel, Filipe Ret, Xamã, Maneirinho e L7nnon, além dos nomes já lembrados.
L7nnon, que há pouco se tornou o rapper mais ouvido do país, representa bem o caminho que o estilo vem tomando. Sua voz está ao mesmo tempo em “Desenrola Bate Joga de Ladin”, hit de funk, e em “Freio da Blazer”, um típico trap arrastado do Rio.
Ele tentava uma carreira como skatista quando entrou para o selo Papatunes, do renomado produtor Papatinho. “Minha ideia era dar o papo reto. Achava que não tinha que fazer música de amor, era mais ser underground, falar da rua, de vida”, ele afirma.
“Freio da Blazer” destaca dois temas recorrentes nesse trap —a ostentação e o tratamento racista que a polícia dá a quemos tenta .“ofre ioda[chevrolet]blazer[ carro usado pela PM do Rio]éac arade quem a polícia enquadra, o estereótipo —a sua cor, o jeito que você se veste. É você ter que ficar afirmando que aquilo és eu, que você conquistou com o suor do seu trabalho. É você ser visto como uma pessoa que não pode ter aquilo, um carro, uma roupa, uma joia maneira, e ser sempre tachado como um cara criminal. É um grito das pessoas que passam por esse constrangimento diário.”
É um assunto que está em “A Cara do Crime (Nós Incomoda)”, música que reúne os rappers da Mainstreet e, de tanto sucesso, já rendeu uma segunda parte e ainda vai ter uma terceira. São faixas que reúnem os elementos do trap do rio— a célula rítmica e os refrões do funk, os graves dot rap e as vozes com Auto-tune.
Na música, Cabelinho e Poze do Rodo cantam sobre vivências cotidianas, como ir ao jogo do Flamengo no Maracanã e depois ao baile funk. E até amane irade ostentar tem um jeito próprio no Rio, num universo que inclui camisas da Lacoste ou de time, o perfume 212, roupas da Nike —representada nas letras pela metáfora da vírgula, referência ao símbolo da marca—, o corte de cabelo “americano” e o “bigodinho fininho”.
É algo que reflete aculturada favela, diz La ng.“Éo c araque ficou rico, conheceu oque e xis te—Dior,Gucci etal —, mas vai cantar sobre a vivência dele. Na favela, L acoste eNikeéap arada, o perfumeé212.É ostentação, mas é mais acessível e popular aqui no Rio. Faz parte da absorção dessa cultura.”
“É não largar as raízes. Não é porque eu sou milionário que e uvou gostar doque aquela elite branca erica gosta. São coisas que às vezes não tem um valor material enorme, mas têm um valor cultural e emocional—como acamisado Flamengo, quena co munida deé omanto sagrado .”