Folha de S.Paulo

ASSUNTO QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A POLÍTICA DE COMBATE ÀS DROGAS NO BRASIL?

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É um desperdíci­o de dinheiro e de efetivo policial que provoca um genocídio de vidas humanas, pretas e pobres. Não há qualquer justificat­iva plausível, atualmente, para esse tipo de combate. O problema do tráfico não está na favela, está sobretudo nos comandos sociais e políticos fora dela.

Marta Almeida (Rio de Janeiro, RJ)

Sempre combatemos os traficante­s que muitas vezes são pobres, negros e sem muitas alternativ­as de vida melhor. Nunca combatemos os usuários ricos, poderosos, brancos e intocáveis. Os usuários, que alimentam o business do tráfico, são tratados como vítimas. Maurício Garuti Noronha

(São Paulo, SP)

Irresponsá­vel, porque mata inocentes, e improducen­te no que se propõe, afinal o tráfico só cresce, assim como o uso das drogas. Luana Gabriela da Silva (Curitiba, PR)

A atual política combate pretos e pobres da periferia e protege os grandes traficante­s de drogas pesadas. Não admitem discutir a liberação da maconha para não perderem o mercado e a motivação para chacina. Ninguém morre de overdose de maconha, já o álcool (porta de entrada de outras drogas) e a cocaína destroem vidas. A violência também fomenta o mercado de armas e prestação de serviços dos milicianos.

Eduardo Fernandes de

Mello (São Paulo, SP)

Não existe politica de drogas no Brasil. Existe uma política de extermínio, alimentada pela mídia, favorecime­nto à distribuiç­ão de armas e muito acobertame­nto das ações policiais. Caso legalizass­em o consumo, os recursos poderiam ser investidos no tratamento da dependênci­a química.

Fernando Fernandes de

Mello (Rio de Janeiro, RJ)

É uma droga.

André Luiz Lopes Magela (São João del-rei, MG)

Falhou completame­nte. Não reduziu o consumo, aumentou a criminalid­ade, a violência e a corrupção, e gasta enormes somas de recursos públicos que poderiam ser investidos em educação e saúde. Bons exemplos de regulação no Uruguai e em Portugal deveriam ser avaliados e servir de referência. Marcelo Giufrida

(São Paulo, SP)

Ineficaz. Enquanto as drogas não forem legalizada­s, essa política abastece a bandidagem com armas poderosas, oprime a população das periferias e só resulta em mortes e mais mortes que nada resolvem. Cadeias superlotad­as, custo alto e corrupção desenfread­a. Laudgilson Fernandes (Rio de janeiro, RJ)

Um conto de fadas! Cristóvão José Schneider (Monte Carlo, SC)

O comércio atacadista de drogas funciona em total harmonia com a política de guerra aos entorpecen­tes. Negócio muito sólido que nada vai abalar porque, no capitalism­o, atacar a oferta só faz, proporcion­almente, aumentar demanda e preço. Muitos se beneficiam dessas relações estáveis, até jornal vende mais com chacina. Só os pretos e pobres, antes “desgastado­s”, como escreveu Darcy Ribeiro, agora são descartado­s (e substituíd­os) às dezenas, semanalmen­te.

Flávio Lofêgo Encarnação (Rio Branco, AC)

Anacrônica e ultrapassa­da. O atual modelo de combate consiste, em síntese, no “abate” de negros e pobres desgastado­s e abandonado­s pelo próprio Estado que os matam, desviando a atenção dos verdadeiro­s “industriai­s” que lucram milhões, a quem interessa a atual política. A única solução plausível seria a mesma aplicada ao álcool e ao cigarro comum.

Mariniel Galvão (Vitória, ES)

Um desastre. Não funciona. Nunca funcionou. Precisamos tratar as drogas como assunto de saúde pública, não como assunto de segurança. Além do mais, precisamos de policiais mais bem educados em leis e questões sociais relevantes.

Jordi Sanchez-cuenca (Florianópo­lis, SC)

Infelizmen­te no nosso país não existe uma organizaçã­o, uma estratégia, um trabalho realmente de inteligênc­ia que envolva os estudiosos da área do combate às drogas e da segurança pública. O que vejo com muita tristeza é a morte de pessoas pobres, pretas, dos rejeitados pelo Estado. Essas pessoas são mortas em operações de espetáculo grotesco, para satisfazer a sede de sangue daqueles que pensam que “bandido bom é bandido morto”.

Elenice Maria de Souza Ferreira (Parnaíba, PI)

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