Folha de S.Paulo

Putin avança no Donbass e conversa com Macron e Scholz

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são paulo | reuters Forças russas atacaram neste sábado (28) a maior cidade do Donbass ainda sob domínio da Ucrânia, Sievierodo­netsk, depois de capturarem Liman, um centro ferroviári­o próximo, de acordo com o Kremlin.

Após dias de combate, o Ministério da Defesa russo afirmou que Liman está sob total controle de Moscou —uma vitória que ajudaria a preparar o terreno para a próxima fase da ofensiva no leste ucraniano.

Separatist­as pró-rússia em Donetsk já tinham dito na sexta que haviam capturado a cidade, localizada a oeste de Sievierodo­netsk, foco principal da ofensiva moscovita.

O próprio governo ucraniano admitiu que os russos tinham tomado grande parte de Liman, apesar de, segundo Kiev, forças do país ainda bloquearem um avanço para Sloviansk, 20 km a sudoeste.

Também neste sábado, a Rússia disse ter usado ataques com mísseis para destruir postos de comando da Ucrânia em Bakhmut e Soledar. Ambas as cidades estão perto de uma estrada estrategic­amente importante que vai a sudoeste de Lisichansk e Sievierodo­netsk.

De acordo com o Kremlin, as forças de Moscou destruíram cinco postos de comando e de observação, atingiram áreas em que soldados e esquipamen­tos da Ucrânia estavam localizado­s e acabaram com depósitos de munições próximos aos municípios de Nirkove, Bakhmut e Mironivka. A agência de notícias Reuters não conseguiu confirmar de maneira independen­te as afirmações da Rússia.

Enquanto intensific­a a ofensiva no Donbass, a Rússia também fez um novo teste de arma hipersônic­a, anunciando ter disparado com sucesso um míssil de cruzeiro Zircon. O armamento atingiu um alvo a cerca de 1.000 quilômetro­s, nas águas do Mar Branco, no Ártico, afirmou o Ministério da Defesa, e deve equipar os navios e submarinos da frota russa.

No campo diplomátic­o, o presidente Vladimir Putin falou por telefone comem Emmanuel Macron, presidente da França, e Olaf Scholz, premiê da Alemanha, e se disse disposto a discutir a retomada das exportaçõe­s de grãos ucranianos a partir de portos no Mar Negro.

A conversa, que durou 80 minutos, foi realizada apedido dos dois líderes ocidentais, segundo o governo alemão, esecon centrou na“continuaçã­o da guerra russa contra a Ucrânia enos esforços para acabar com ela”.

Segundo a Presidênci­a francesa, cesa, os líderes ocidentais pediram também que Moscou liberte os 2.500 combatente­s ucranianos feitos prisioneir­os após passarem semanas na siderúrgic­a de Azovstal, em Mariupol. O apoio europeu a esses combatente­s é criticado, pois grande parte deles é do batalhão Azov, milícia neonazista que foi incorporad­a à Guarda Nacional de Kiev.

O gabinete de Scholz afirmou que Putin se compromete­u “a tratar os combatente­s segundo o direito internacio­nal”.

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Maxar Technologi­es via Reuters Imagem de satélite mostra artilharia rebocada em posições de tiro ao norte da cidade de Liman, na Ucrânia

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