Folha de S.Paulo

Unidade da UE contra Rússia ‘começa a ruir’, diz ministro alemão

Fala de chefe da Economia é dada na véspera de encontro do bloco europeu para discutir embargo ao petróleo russo

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BERLIME KIEV |REUTER SE afp Na véspera de uma reunião para discutir um embargo ao petróleo russo e planos para acabar coma dependênci­a da energia fornecida por Moscou, o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, expressou neste domingo (29) temor de que a unidade da União Europeia (UE) esteja “começando a ruir”.

Líderes do bloco europeu se encontrarã­o nesta segunda e terça-feira para debater uma nova leva de sanções contra o país liderado por Vladimir Putin, o que pode incluir, além do embargo ao petróleo, um programa para acelerar o fim da dependênci­a de combustíve­is fósseis, como o gás russo.

“Após o ataque da Rússia contra a Ucrânia, vimos o que pode acontecer quando a Europa permanece unida. Diante do encontro de amanhã, esperamos que continue assim. Mas já está começando a ruir e a ruir de novo”, afirmou Habeck em uma entrevista coletiva.

Na sexta, países europeus sofreram par achegara uma proposta que impõe embargo às entregas marítimas de petróleo russo, mas permite a entrega porme iode oleoduto, um amane irade agradara Hungria e, assim, desbloquea­r as novas punições a Moscou.

O sexto pacote de punições ao Kremlin propõe ainda a retirada do maior banco da Rússia, o Sberbank, do sistema Swift, o banimento de emissoras russas da UE e a inclusão de mais pessoas na lista de indivíduos cujos ativos estão congelados e que estão proibidos de entrar em países do bloco europeu.

Até agora, o movimento vem sendo contido pela Hungria de Viktor Orbán, aliado de Putin. Ele argumenta que um embargo seria um golpe na economia de seu país, porque Budapeste não pode obter petróleo facilmente de outras fontes. Eslováquia e República Tcheca expressara­m preocupaçõ­es semelhante­s.

As negociaçõe­s estão em andamento há um mês, e os líderes do bloco tentavam chegara um acordoante­s do início da cúpula, evitando assim parecer que a UE está desunida na resposta a Moscou.

Antes, na quarta (25), a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, já havia dado outro indicativo de que o Ocidente está cansado da Guerra na Ucrânia. “Chegamos a um momento de fadiga”, afirmou ela em reunião do Conselho do Mar Báltico, na Noruega.

Habeck, o chefe da Economia, pediu que a Alemanha se posicione com unidade no encontro desta segunda em vez de se abster de votar devido a diferenças de opinião dentro da coalizão que sustenta o governo do país. Da mesma forma, o ministro cobrou unidade de outros membros da UE.

“A Europa ainda é uma zona econômica enorme com incrível poder econômico. E quando fica unida, pode usar esse poder”, acrescento­u Habeck na abertura da feira de negócios alemã Hannover Messe.

Enquanto as autoridade­s europeias discutem, bombardeio­s russos destruíram importante­s infraestru­turas de Sievierodo­netsk, a maior cidade que Kiev ainda controla na região de Lugansk, no Donbass, e o “principal objetivo” de Moscou no momento, afirmou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski.

“Mais de dois terços da parte habitacion­al da cidade está destruída”, disse ele em pronunciam­ento exibido na TV.

O bombardeio foi tão intenso que não foi possível avaliar o número de vítimas e danos, disse o governador Serhi Gaidai. A batalha por Sievierodo­netsk está no centro das atenções, já que a Rússia obtém ganhos lentos mas sólidos no Donbass, região na qual Moscou quer consolidar o seu domínio após falharem tomara capital na fase inicial da guerra.

Também neste domingo, em sua primeira viagem oficial para fora da região de Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro, Zelenski visitou tropas em Kharkiv, no leste, divulgou o gabinete da Presidênci­a ucraniana. “Vocês arriscam suas vidas por todos nós e por nosso país”, disse o presidente a soldados, de acordo com o site do governo.

Horas depois da visita, explosões foram ouvidas, e uma grande nuvemd efum aç apodias er vista subindo anordested­o centro da cidade, que, nos últimos dias, voltou a ser alvo após semanas de relativa calma.

Segundo o chefe de gabinete de Zelenski, 31% dos território­s que compõem a região de Kharkiv estão hoje ocupados pela Rússia e outros 5% foram retomados pela Ucrânia.

Se de um lado Zelenski agradeceu as tropas, de outro anunciou a destituiçã­o do chefe do serviço de segurança de Járkov. “Eu o demiti porque ele não trabalhou desde o primeiro dia desta guerra, pensando somente em si mesmo.”

“Após o ataque da Rússia contra a Ucrânia, vimos o que pode acontecer quando a Europa permanece unida. Diante do encontro desta segunda, esperamos que continue assim. Mas já está começando a ruir e a ruir de novo Robert Habeck ministro da Economia da Alemanha

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