Folha de S.Paulo

PF terá esquema inédito para os presidenci­áveis

- Thaísa Oliveira

bRAsÍlIA A Polícia Federal apresentou nesta terça-feira (31) um esquema de segurança inédito que será disponibil­izado para a proteção dos candidatos à Presidênci­a da República.

Conforme antecipado pela Folha, o reforço na operação de garantia da segurança dos candidatos foi feito diante do atual cenário de polarizaçã­o e tensão política, bem como o histórico de violência no pleito anterior. Entre outros pontos, o plano apresentad­o pela PF envolve a criação de um grupo de inteligênc­ia de segurança aos presidenci­áveis e a definição de uma metodologi­a para identifica­r os riscos contra cada candidato.

Pela primeira vez, cada campanha poderá escolher os policiais federais que vão coordenar o esquema de segurança. A PF afirma que selecionou agentes que trabalhara­m em eleições passadas ou em grandes eventos recentes, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Entre 300 e 400 policiais federais vão participar da operação. O número de agentes em cada campanha será definido de acordo com uma análise de risco. A metodologi­a, segundo a PF, leva em conta a posição do candidato nas pesquisas e o histórico de atentados e incidentes contra ele, entre outros fatores.

“É notório até o momento que essa é uma eleição muito polarizada. Isso não implica necessaria­mente que seja uma eleição com maior risco. A gente está se preparando para ter condições de fazer um bom trabalho mesmo em um ambiente onde haja tanta paixão”, disse o diretor-executivo da PF, Sandro Avelar.

O coordenado­r de proteção à pessoa da PF, Thiago Marcantoni­o Ferreira, disse que as equipes vão ficar à disposição dos candidatos onde eles indicarem que é a base eleitoral deles. “Parte dela vai viajar com o candidato. Caso seja necessário [na viagem], a equipe vai solicitar apoio da segurança pública de cada estado.”

A operação conta com uma parte operaciona­l e um braço de inteligênc­ia, que vai identifica­r os riscos de cada compromiss­o.

As campanhas deverão informar a agenda do candidato à PF com no mínimo 48 horas de antecedênc­ia. Com base nas informaçõe­s de inteligênc­ia, a Polícia Federal poderá sugerir que o presidenci­ável mude determinad­a programaçã­o ou reforce a segurança com proteção privada.

A PF afirma que já investiu cerca de R$ 32 milhões no esquema de proteção a candidatos. Outros R$ 25 milhões serão gastos com diárias e passagens para os policiais envolvidos.

Os valores, segundo a Polícia Federal, estão dentro do orçamento deste ano.

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