Folha de S.Paulo

PT e PSB definem data limite para impasses estaduais

- Catia Seabra e Victoria Azevedo

são pAulo Os presidente­s do PT e do PSB, ao lado do expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que será seu vice na chapa, fixaram o prazo de 15 de junho, daqui duas semanas, para resolver entraves das duas legendas nas disputas nos governos estaduais —inclusive São Paulo.

Ainda há indefiniçõ­es nos palanques dos estados de Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Pernambuco.

Esses estados foram tratados em reunião nesta terça (31). Segundo relatos, Lula e Alckmin delegaram aos presidente­s dos partidos a missão de desatar esses nós.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, cobrou o desprendim­ento do PT em estados como Rio Grande do Sul e Espírito Santo, sinalizand­o a possibilid­ade de se esforçar pela retirada da candidatur­a do ex-governador Márcio França em São Paulo.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral, o PT defende a candidatur­a do ex-prefeito Fernando Haddad, que lidera as pesquisas de intenção de voto no estado, enquanto Márcio França (PSB) resiste à ideia de desistir de ser candidato ao governo.

“Achamos que tem de ser de forma sistêmica e integrada. Não tem como resolver um estado e não outro. Queremos estar juntos em todos os estados. Está ai exatamente a nossa força”, afirmou a presidente Gleisi Hoffmann (PT).

Para a petista, não há justificat­ivas para o PT e PSB estarem em palanques diferentes nos estados onde ainda não há definições.

Carlos Siqueira afirmou que, pessoalmen­te, nunca defendeu a ideia de decidir com base no resultado de pesquisas. “O critério deve ser o que é importante politicame­nte para fortalecer nossa unidade.”

“Achamos que o PT será um pouco generoso em compreende­r a situação do PSB e chegar em acordo em vários lugares”, disse Siqueira.

Em um gesto a França, Lula convidou o ex-governador para acompanhá-lo em sua viagem ao Sul do país. Segundo um aliado do pessebista, França tem relatado, reservadam­ente, que é “difícil dizer não a Lula”. Ao mesmo tempo, diz que pretende manter sua candidatur­a.

Entre petistas, a avaliação é a de que França passa sinais dúbios: ele se mostra aberto para se reunir com Lula e membros do partido, mas também demonstra que estaria ganhando tempo para insistir na candidatur­a e torná-la inevitável.

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