Folha de S.Paulo

Moraes inclui PCO no inquérito das fake news no Supremo

- JM

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, incluiu nesta quinta-feira (2) o PCO (Partido da Causa Operária), sigla de esquerda, no inquérito das fake news, que investiga também o presidente Jair Bolsonaro (PL) e alguns apoiadores.

Moraes deu cinco dias para que o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, seja ouvido pela Polícia Federal e também determinou o bloqueio das redes sociais da legenda.

A decisão do ministro foi tomada após o perfil do partido no Twitter se referir ao ministro como “skinhead de toga” que, em “sanha por ditadura”, “retalha o direito de expressão e prepara um novo golpe nas eleições”. O partido, que se define como “verdadeira­mente revolucion­ário e comunista”, ainda pediu a “dissolução do STF” na postagem.

Segundo Alexandre de Moraes, “o Partido da Causa Operária, além das publicaçõe­s no Twitter, utiliza sua estrutura para divulgar as mesmas ofensas nos mais diversos canais (Instagram, Facebook, Telegram, Youtube, Tiktok)”.

Ele disse que isso amplia “o alcance dos ataques ao Estado Democrátic­o de Direito”, atingindo “o maior número possível de usuários nas redes sociais, que somadas, possuem quase 290 mil seguidores”.

O ministro diz haver fortes indícios de que o PCO, “partido político que recebe dinheiro público, tem sido indevida e reiteradam­ente utilizada com o objetivo de viabilizar e impulsiona­r a propagação das declaraçõe­s criminosas”.

“Portanto, há relevantes indícios da utilização de dinheiro público por parte do presidente de um partido político – no caso, o PCO– para fins meramente ilícitos, quais sejam a disseminaç­ão em massa de ataques escancarad­os e reiterados às instituiçõ­es democrátic­as e ao próprio Estado Democrátic­o de Direito, em desrespeit­o aos parâmetros constituci­onais que protegem a liberdade de expressão.”

Após a decisão, Rui Costa Pimenta publicou nas redes sociais que “hoje, no Brasil, ter determinad­a opinião política é crime. Não é agora, sempre lutamos contra isso”.

O próprio partido voltou a defender nas redes sociais, após a decisão, a dissolução do Supremo e a se manifestar pelo fim do órgão.

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