Ratinho Jr. se declara alinhado a Bolsonaro e defende Moro
Data da sabatina do pré-candidato ao governo do PR 3.jun
• 10h Roberto Requião (PT)
Ratinho Junior (PSD), atual governador do Paraná e pré-candidato à reeleição, declarou que seu governo é alinhado ao do presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que aguarda um posicionamento do seu partido em relação a quem apoiar nas eleições deste ano.
Em sabatina promovida pela Folha e pelo UOL nesta quinta (2), disse acreditar que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, conduz as discussões de forma madura. Não havendo uma candidatura presidencial própria do partido, acha que os estados devem ficar liberados para decidir a quem apoiar.
Afirmou que tem bom relacionamento com o presidente e gratidão pelos investimentos do governo federal no estado. Segundo ele, o Paraná foi o estado que mais recebeu visitas de Bolsonaro em seu mandato.
O PSD chegou a articular o lançamento do senador Rodrigo Pacheco (MG) à Presidência, mas ele desistiu. Parte da sigla mostra proximidade com o ex-presidente Lula (PT), enquanto outra ala tem apoiadores de Bolsonaro.
O pré-candidato defendeu o ex-juiz Sergio Moro, dizendo que é pessoa do bem e corajosa, que prestou bons serviços ao país. Para Ratinho, a Operação Lava Jato “expôs as vísceras da corrupção no Brasil”.
Ele disse acreditar na segurança das urnas eletrônicas, mas defendeu as críticas feitas por Bolsonaro e seus apoiadores ao sistema eleitoral.
“Acredito que todo mecanismo que a nossa democracia possa colocar à disposição da população para que haja uma auditagem e transforme esse pleito de forma mais transparente possível é justificável”, disse ele.
Para Ratinho Jr., as críticas de Bolsonaro e as dúvidas levantadas quanto à confiabilidade do processo eleitoral não são prejudiciais à democracia.
“É um ponto de vista do presidente, ele pode buscar construir e sugerir alternativas, não vejo problema. Cabe ao TSE, à Justiça Eleitoral, provar que esse sistema é o mais confiável.”
Sobre a gestão da pandemia, disse que seu governo agiu baseado na ciência e que o bom relacionamento com o presidente não significa que pensem igual sobre tudo.
“Eu sempre deleguei poder para o meu secretário de estado da saúde, com o nosso comitê científico, para que as decisões fossem tomadas em cima da ciência. Essa é uma demonstração clara que a gente tem pensamentos diferentes.”
Sobre acertos e erros de Bolsonaro na gestão da pandemia, Ratinho Junior disse que o governo federal acertou ao colaborar com estados e municípios. Segundo ele, todos receberam recursos e investimentos de forma igualitária. Já em relação aos erros, ele afirmou que o presidente não precisava ter polemizado questões como o uso de máscara e a prescrição de cloroquina.
O governador paranaense disse que tem trabalhado para transformar o estado em uma central logística internacional.
Segundo ele, o Paraná está no centro da região que representa 70% do PIB da América do Sul, além de ter um posicionamento estratégico em relação às regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste e ao Paraguai e a Argentina.
Questionado sobre erros e acertos do ex-presidente Lula, principal adversário de Bolsonaro nas eleições deste ano, Ratinho Junior foi sucinto.
“O acerto do Lula foi ter sido persistente em chegar à Presidência da República e conseguir. Não é fácil, pela trajetória de vida dele. Não é qualquer um que consegue esse feito. O erro foi querer fazer o PT se perpetuar no poder”, afirmou o pré-candidato.
O atual governador defendeu a política adotada em seu mandato de fornecer incentivos fiscais para atrair empresas e investimentos para o estado. Disse que a prática gera empregos e atrai empresas que vão atuar como fornecedoras e, consequentemente, pagar impostos.
Ratinho Junior se disse favorável a aprovação da educação domiciliar. Segundo ele, essa deve ser uma decisão tomada pelos pais e o dever do Estado é criar regras para avaliar o desenvolvimento desse tipo de educação. O governador também defendeu a adoção do modelo de escolas cívico-militares no estado.
As sabatinas são apresentadas pelo colunista do UOL Kennedy Alencar e tem participação dos jornalistas Alberto Bombig, do UOL, e Ana Luiza Albuquerque, da Folha.