Morre, aos 78 anos, Teixeira Coelho, que dirigiu o Masp em fase crítica
José Teixeira Coelho Netto, que liderou o Masp em fase crítica e foi aguerrido pensador da arte, morreu aos 78 anos, em São Paulo, nesta sexta-feira.
A causa foi uma série de complicações de uma mielodisplasia, doença semelhante à leucemia. Teixeira Coelho recebeu o diagnóstico em outubro do ano passado. Ele passou por sessões de quimioterapia e recebeu um transplante de medula, doado por sua filha, Bruna, em fevereiro.
Mas sua saúde voltou a piorar, e ele foi internado novamente. A alta estava programada para esta sexta, mas seu quadro piorou, e ele morreu durante a tarde do mesmo dia. Ele deixa a filha e um neto de dois anos.
Teixeira Coelho nasceu em 31 de janeiro de 1944, em São Paulo. Com longa trajetória acadêmica, foi especialista em políticas culturais, curador, escritor, crítico de arte e professor titular e emérito da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Entre 2006 e 2014, esteve à frente da direção artística do Masp, época em que a instituição era presidida pelo arquiteto Júlio Neves e atravessava uma de suas maiores crises financeiras.
Sua gestão foi criticada por se distanciar do pensamento de Lina Bo Bardi, a arquiteta do museu na avenida Paulista. No lugar dos famosos cavaletes de vidro, resgatados pela atual gestão, Teixeira Coelho preferiu cenografias coloridas para dispor o acervo.
Ele também foi diretor do MAC, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre 1998 e 2002, onde fez mudanças importantes na administração e no acervo.
No âmbito da política cultural, o professor da USP contribuiu para a construção do Observatório Itaú Cultural e coordenou cursos na instituição, além de produzir livros e fazer curadorias de exposições.
Em nota, o presidente da instituição, Alfredo Setubal, lamentou a morte de Teixeira Coelho. “Era um curador singular e estudioso. O Brasil perde muito com a sua partida”, disse.