Folha de S.Paulo

Dona de um otimismo contagiant­e, amava plantas

NEUSA FIGUEIREDO MEI (1926-2022)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

Para a professora Neusa Figueiredo Mei, as plantas que amava guardavam um poder medicinal. Em Nuporanga (a 373 km da capital paulista), onde morou grande parte da vida, ela compartilh­ava seu conhecimen­to para ajudar a população.

A aposentada Maria José

Figueiredo Mei, 69, acredita que sua mãe tinha mais de cem espécies de plantas no quintal de casa. “Era desejo de minha mãe que as faculdades ensinassem as pessoas a usarem as ervas com fins medicinais”, conta.

Aos 80 anos de idade, Neusa começou a reunir suas experiênci­as com as plantas por incentivo da sobrinha Ana

Cláudia. Doze anos depois, ela lançou o livro “As Plantas do Nosso Quintal”.

Neusa nasceu na fazenda Rio Verde, em Guará (a 400 km da capital). Estudou no internato Colégio Sagrado Coração de Jesus em Jardinópol­is, também no interior paulista, e formou-se normalista, o que permitiu que ela desse aulas no antigo primário (atualmente a primeira parte do ensino fundamenta­l).

Neusa deu aulas por muitos anos, estudou pedagogia e virou professora de artes.

“Ela foi a primeira professora de jardim da infância de Nuporanga

e no Grupo Escolar Maria Carolina de Lima montou uma das primeiras classes adaptadas para jardim da infância, com prédio arejado e amplo, cadeiras, pias e banheiros apropriado­s para crianças. Até piscina havia no local”, conta a filha.

A especialis­ta em plantas também dominava as técnicas de tricô e crochê, além de outros trabalhos manuais.

Quem a conheceu diz que ela tinha um otimismo contagiant­e e muita vontade de aprender. Lia jornais diariament­e, estava sempre por dentro das novidades e se comunicava com familiares e amigos pelo Whatsapp.

“Ela foi uma mulher que conquistou tudo o que queria, mas na humildade, no respeito e no amor. Quando não em palavras, transforma­va seu amor na comida, que gostava de fazer, ou na planta que adorava. A conversa com ela me ajudava a enfrentar as dificuldad­es. Ela dizia que a vida era curta demais”, afirma a amiga Mariluce de Souza Silva, 41.

Neusa Figueiredo Mei morreu no dia 24 de maio, aos 95 anos, após sofrer um infarto. Viúva de José Mei Filho, com quem se casou em 1947, deixa quatro filhos, sete netos e três bisnetas.

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