Apoios a migração e homossexualidade têm alta em pesquisa
Homossexualidade
A ideia de que a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade conta com o apoio de 79% dos brasileiros hoje, ante 74% em 2017, segundo a rodada da pesquisa Datafolha.
Em linha com a cultura de maior tolerância à diversidade sexual, o pensamento de que a homossexualidade deve ser desencorajada por toda a sociedade passou, no intervalo de cinco anos, de 19% para 16%. Uma fatia de 6% não opinou.
A elevação do índice de aceitação dos homossexuais é um dos aspectos que explicam a aproximação maior da população com o ideário de esquerda, que passou ao pico da série histórica, iniciada em 2013.
Na primeira edição da pesquisa, a crença de que a homossexualidade deve ser aceita contava com o apoio de 67% das pessoas. O índice passou para 64% em 2014 e 74% em 2017.
Hoje, a resistência é maior entre os que têm ensino fundamental (22%).
Migração
Aumentou no país o sentimento positivo sobre a contribuição de imigrantes pobres para o desenvolvimento e a cultura de uma cidade, segundo a pesquisa que mapeou o perfil ideológico dos brasileiros.
Uma parcela de 76% dos entrevistados afirmou neste ano concordar com a ideia de que pessoas pobres que saem de outros países e estados podem ajudar a região para onde se mudam, ante 70% em 2017, na rodada anterior do levantamento. Uma fatia de 5% não opinou.
A elevação de avaliações positivas nessa questão é um dos aspectos que explicam a aproximação maior da população com o pensamento de esquerda.
Na primeira edição da pesquisa, a migração de pessoas pobres era vista como positiva por 67% das pessoas. O índice passou para 63% em 2014, subiu para 70% em 2017 e atingiu agora 76%.
Já a visão de que esse tipo de imigrante acaba criando problemas para a cidade se manteve minoritária ao longo dos levantamentos de cada ano: 25%, 26%, 24% e, hoje, 19%.
Punição de jovens
Mais brasileiros acham hoje que adolescentes envolvidos em criminalidade devem ser reeducados do que cinco anos atrás, segundo a pesquisa Datafolha. A maioria ainda defende que os jovens sejam punidos como adultos, mas o índice recuou.
Também houve redução no grupo que defende a pena de morte para criminosos em geral, enquanto ganha impulso o pensamento de que não cabe à Justiça matar uma pessoa mesmo em casos graves.
A ideia de que adolescentes que cometem crimes (juridicamente, atos infracionais) devem passar por processo de reeducação é endossada por 34% da população, ante 25% em 2017. O percentual de agora é o maior desde 2013, quando começou a série histórica.
A maioridade penal no Brasil é atingida aos 18 anos. Antes disso, adolescentes que cometem infrações vão para os sistemas de cumprimento de medida socioeducativa, geridos pelos governos estaduais. Menores de idade podem ficar até três anos internados.
No recorte dos entrevistados por faixa etária, a punição equivalente à dos adultos é menos aprovada justamente pelos mais jovens, de 16 a 24 anos. Nesse estrato, 57% concordam com a alternativa mais dura, enquanto, entre os cidadãos com 35 a 59 anos, o índice sobe para 68%.