Folha de S.Paulo

A CBF é o Midas ao avesso

A Casa Bandida do Futebol consegue estragar até um Palmeiras x Atlético

- Juca Kfouri Jornalista e autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP

Como já faziam a carcomida CBF dos Teixeiras, Marins e Neros, e a “nova CBF” do Caboclo, a “novíssima CBF”, de Ednaldo, sabotou o jogo mais esperado do Campeonato Brasileiro até aqui, entre os favoritos Palmeiras e Atlético Mineiro.

Ao não respeitar as datas Fifa, na contramão do mundo inteiro, a Casa Bandida do Futebol sacou de uma vez só cinco atrações do clássico: Weverton, Gustavo Gómez, Danilo, Godín e Guilherme Arana.

Se não bastasse, nem bem o clássico começou e outra das atrações, ao lado de Dudu, Nacho Fernández e Hulk, o meia alviverde Raphael Veiga, saiu vítima de lesão muscular, como sói acontecer neste massacre semanal chamado calendário brasileiro do futebol.

O resultado de tanto descalabro, no gramado, teve como testemunha 40 mil torcedores nas arquibanca­das.

Que viram menos um espetáculo e mais uma guerra, em jogo truncado, disputado palmo a palmo, mas decepciona­nte do ponto de vista técnico.

Nem mesmo Dudu, Hulk e

Nacho estiveram à altura do que deles se esperava, vítimas das ausências.

A CBF consegue transforma­r ouro em… — a rara leitora e o raro leitor sabem. Em m…

Timão no topo

Encontrar o Corinthian­s no topo da tabela do Campeonato Brasileiro, 18 pontos em nove jogos, diz mais mal do torneio que bem do time.

Ainda é cedo, mas lá se foi 1/4 do certame e de grão em grão, de empate em empate, de vitória mínima em vitória mínima, com apenas um chute no gol, como no 1 a 0 sobre o Atlético Goianiense, Vitor Pereira mantém a equipe em cima, talvez nem ele mesmo saiba bem como.

Por baixo, cada vez mais, está a direção do clube, sempre às voltas com o noticiário policial, com parcerias indecentes, como quase diariament­e tem revelado o jornalista Paulo Cezar de Andrade Prado, no Blog do Paulinho, que a coluna recomenda vivamente.

É presidente que não explica do que vive, vice de futebol que vira réu por golpe em concession­ária de automóveis, patrocinad­ores e avalistas complicado­s com a Justiça e, em vez de compliance, cumplicida­de. Um horror!

Fortaleza, enfim

Nada justificav­a o Fortaleza sem vitória em oito jogos. Pois eis que a primeira veio em grande astral, contra o Flamengo, no Maracanã lotado, por 2 a 1, nos acréscimos do jogo em que o time cearense jogou melhor e mereceu.

Aliás, o Fortaleza joga sempre melhor fora de casa pelo singelo motivo de que encontra como visitante gramados de qualidade como inexiste no Castelão.

A qualidade do futebol que Juan Vojvoda impõe ao seu time haverá de, rapidament­e, tirá-lo da situação incômoda.

Nadal é real

Parece fantasia, mas Rafael Nadal ganhou em Roland Garros

pela 14ª vez, assim como o time de seu coração, o Real Madrid, na mesma Paris, ganhou a 14ª Champions. O sueco Bjorn Borg, campeão seis vezes entre 1974 e 1981, é o profission­al que mais perto chegou dele, assim como o Milan tem sete Champions.

Nadal, 36 anos completado­s no dia 3 de junho, chegou ao 22º título em Grand Slams, dois a mais que Roger Federer e Novak Djokovic, é de verdade.

Nasceu em Manacor, na ilha Maiorca, a 755 quilômetro­s do Santiago Bernabéu, embora, de fato, pareça ter um trato com o surreal.

Profética nudez

O que nasceu brilhante, como o texto de Marilene Felinto na Ilustríssi­ma, “O banco está nu”, ficou genial porque escrito antes de saber do banqueiro que bate continênci­a para o sociopata.

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