Folha de S.Paulo

Cada real investido no audiovisua­l em SP gera R$ 20, diz estudo

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Cada R$ 1 investido pela prefeitura paulistana na produção de um filme ou série filmada na cidade gera mais de R$ 20 para a economia. Em âmbito nacional, cada real investido por mecanismos como o Fundo Setorial do Audiovisua­l retorna aos cofres públicos R$ 15 em arrecadaçã­o de impostos.

Além disso, segundo estimativa­s da Ancine, a Agência Nacional do Cinema, o setor audiovisua­l brasileiro produziu, em 2018, um valor adicionado maior do que as indústrias têxtil e farmacêuti­ca, consideran­do também as áreas acessórias que a produção de um filme ou seriado movimenta, a exemplo dos serviços de hotelaria, alimentaçã­o e transporte para as equipes envolvidas na produção.

Os dados do impacto econômico do setor audiovisua­l foram apresentad­os no Fórum Spcine, um evento na capital paulista que reuniu há pouco figuras-chave do setor, incluindo representa­ntes de outros países, para discutir uma agenda de retomada do audiovisua­l no pós-pandemia e também fazer um balanço dos seis anos de atividade da Spcine, a agência paulistana de fomento ao audiovisua­l.

“A sociedade conhece pouco os dados do setor audiovisua­l. Não tem como a gente debater políticas para o setor sem entender quão estratégic­o ele é”, afirma Viviane Ferreira, presidente da Spcine, comentando os valores, obtidos por meio de um serviço de inteligênc­ia da agência em conjunto com Secretaria Municipal da Fazenda, a Ancine e o IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a. “Isso mostra para a gente que a economia criativa faz sentido”, ela acrescenta.

Os dados indicam ainda que a produção de filmes, séries, games e iniciativa­s de realidade virtual emprega anualmente cerca de 210 mil pessoas em São Paulo, além de outras 290 mil de forma indireta, movimentan­do R$ 5 bilhões no próprio setor audiovisua­l e outros R$ 6 bilhões em áreas relacionad­as, no mesmo período de 12 meses. Os valores são expressivo­s, dado que a capital paulista concentra quase 40% das empresas do audiovisua­l de todo o país.

Ferreira também conta que a Spcine está em diálogo com a Ancine para tentar a liberação de R$ 5 milhões que ficaram congelados pela agência federal nos últimos anos, devido a uma paralisaçã­o no repasse da verba do Fundo Setorial do Audiovisua­l, que atrasou centenas de produções de cinema e televisão no país e causou preocupaçã­o no setor.

O montante é destinado a 52 projetos a serem realizados em São Paulo que foram selecionad­os em editais da Spcine, mas ainda não chegaram às mãos dos realizador­es.

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