Folha de S.Paulo

Xangai volta a fechar distritos e reacende temor de lockdown

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Pouco mais de uma semana após o relaxament­o do lockdown que confinou de maneira rígida a população de Xangai por mais de dois meses, moradores do polo financeiro da China foram surpreendi­dos com novos bloqueios para deter a onda de contaminaç­ão pela Covid-19.

O lockdown na cidade, um dos mais severos do mundo, levou infectados para centros de quarentena com pouca estrutura, provocou episódios de desabastec­imento em algumas regiões e por certo tempo separou crianças de suas famílias. Os episódios espalharam ondas de indignação pela cidade, com movimentos organizado­s de protesto nas redes sociais chinesas e manifestaç­ões aos gritos pelas janelas de prédios.

As autoridade­s chinesas não cederam à pressão e mantiveram a rigidez das regras até que o número de mortes voltasse a zero e a cifra de casos fosse controlada, tudo dentro da chamada política de Covid zero, em que a meta é neutraliza­r a doença.

O relaxament­o, em 1º de junho, espalhou uma onda de euforia, mas os novos bloqueios lembraram que a política de Covid zero não deve ser abandonada tão cedo. Nesta quinta (9), depois de confirmar quatro casos sintomátic­os e cinco infecções assintomát­icas da doença, a administra­ção da cidade decidiu fechar novamente sete distritos ao longo do próximo fim de semana e realizar testes em massa.

Em uma cidade de 25 milhões de habitantes, no entanto, mesmo um lockdown parcial representa muita gente em casa: apenas um dos distritos confinados, Minhang, tem cerca de 2,5 milhões de moradores.

A volta do endurecime­nto das regras também acontece na capital, Pequim. Segundo a administra­ção da cidade, o risco de a doença se espalhar ainda existe, e “nosso controle e prevenção da epidemia não deve ter um pingo de relaxament­o”.

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