Folha de S.Paulo

Gasolina e diesel estão R$ 0,89 abaixo da paridade externa

- Eduardo Cucolo

Os preços da gasolina e do diesel nas refinarias brasileira­s estão hoje R$ 0,89 abaixo das cotações internacio­nais, de acordo com o indicador de defasagem divulgado nesta quinta-feira (9) pela Abicom (Associação Brasileira das Importador­as de Combustíve­is).

Isso significa que o combustíve­l está mais barato no país do que no exterior, o que inviabiliz­a as operações de importação, segundo a entidade.

Um dia antes, na quartafeir­a (8), a defasagem do diesel atingiu o maior patamar (R$ 0,92) desde o reajuste mais recente promovido pela Petrobras nos preços desse combustíve­l, em maio. Em relação à gasolina, o valor desta quinta ainda está abaixo do verificado na segunda-feira, 6 (R$ 0,95). O reajuste mais recente do combustíve­l foi em março.

“Com a alta no câmbio e nos preços de referência do óleo diesel e da gasolina no mercado internacio­nal (...), os cenários das defasagens tanto para gasolina como para o óleo afastaram-se muito da paridade, o que inviabiliz­a as operações de importação”, afirma a Abicom.

O preço de paridade de importação é calculado usando como referência os valores para gasolina, óleo diesel, câmbio e frete marítimo na abertura do mercado.

A viabilidad­e das importaçõe­s é um dos argumentos usados pela direção da Petrobras e pelo setor de combustíve­is em defesa de preços alinhados às cotações internacio­nais. Eles argumentam que importador­es privados deixam de atuar com defasagens elevadas, o que gera riscos ao suprimento.

O aumento nos preços dos combustíve­is é uma das principais preocupaçõ­es do presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais.

Os reajustes da Petrobras já derrubaram três presidente­s da estatal e um ministro de Minas e Energia no atual governo.

Segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombust­íveis), na semana passada a gasolina foi vendida pelos postos brasileiro­s pelo preço médio de R$ 7,218 por litro, recuo de 0,4% em relação à semana anterior.

Governo e Congresso tentam aprovar um pacote de medidas para desonerar esses e outros preços.

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